Rodrigo Novaes irá para o Tribunal de Contas e Diogo Moraes para a Assembleia

O favoritismo do deputado estadual Rodrigo Novaes (PSB) na disputa por uma vaga no TCE-PE se confirmou na tarde desta quarta-feira (23). Com 30 votos obtidos, contra 18 do deputado Joaquim Lira (PV) e 1 abstenção, Novaes conquistou o direito de ocupar a vaga aberta com a aposentadoria antecipada da conselheira Teresa Duere.

O advogado Osvir Thomaz, que é procurador-geral do Cabo de Santo Agostinho, não foi votado por nenhum parlamentar.

A cadeira de Rodrigo Novaes na ALEPE será ocupada pelo primeiro suplente do PSB, Diogo Moraes, que, após 3 eleições consecutivas, ficou pela primeira vez sem mandato, após o TSE confirmar o registro da candidatura a deputado de Lula Cabral, que havia sido anulado pelo TRE-PE.

Participando do programa Enfoque Político desta terça-feira, o deputado Abimael Santos (PL) creditou a vitória de Rodrigo Novaes a dois fatores: a necessidade dos deputados em afirmar a autoridade da ALEPE, frente à pressão do governo estadual, que trabalhou pela eleição de Joaquim Lira, e o fato do suplente de Novaes ser Diogo Moraes, que desenvolveu um relacionamento extremamente cordial com os colegas deputados durante os três mandatos que exerceu.

A vitória folgada de Rodrigo Novaes para o TCE mandou um importante recado à articulação política do governo Raquel Lyra. O Palácio entrou de última hora no processo, atuou contra importantes aliados, aliando-se para tanto a adversários, e terminou amargando uma derrota por larga margem de votos.

A relação da governadora com o presidente da Assembleia, Álvaro Porto (PSDB), que conseguiu duas vitórias nas duas disputas para o Tribunal de Contas, ficou estremecida, com o deputado em evidente posição de força. Ainda no dia de ontem, Álvaro Porto afirmou que discordava do Projeto de Lei enviado pelo governo à Assembleia, que não contempla aumento salarial para os professores que já recebem acima do piso nacional da categoria.

Aliados de Raquel Lyra, nos bastidores, já especulam que uma das consequências será a queda do secretário da Casa Civil, Túlio Vilaça, dando ao governo um reset e um recomeço na relação com a Casa de Joaquim Nabuco.

A rigor, a vitória de Álvaro Porto foi tríplice. Além de ter apadrinhado as duas candidaturas vencedoras para o TCE, Eduardo Porto e Rodrigo Novaes, a vitória do último levou para a ALEPE justamente o suplente preferido pelo presidente da Assembleia: Diogo Moraes, que tinha sido nomeado pelo próprio Álvaro, no início de fevereiro, para o cargo de Superintendente Parlamentar.

Nos últimos meses, mesmo sem mandato, Diogo tem sido prestigiado e estado presente em eventos promovidos pelas prefeituras de Taquaritinga do Norte e Jataúba, cidades onde tem importantes bases eleitorais.

Estranhamente, em Santa Cruz do Capibaribe, sua terra natal, a sua presença não tem sido requerida por parte da gestão municipal, nem seu nome evidenciado, seja em eventos , programas de rádio ou mesmo na tribuna da Câmara de Vereadores. Com sua volta para a Assembleia, certamente receberá uma melhor atenção da parte dos aliados locais.