Marta Suplicy deixa gestão Ricardo Nunes após acerto com PT e Guilherme Boulos
- Jason Lagos
- 10 de jan. de 2024
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Após uma reunião com o prefeito da capital, Ricardo Nunes (MDB), no fim da tarde desta terça-feira (9), a secretária de Relações Internacionais, Marta Suplicy, deixou o cargo por causa do acerto feito com o PT para retornar ao partido e ser vice de Guilherme Boulos (PSol), principal adversário de Nunes na disputa à Prefeitura.
Marta e Nunes conversaram durante cerca de duas horas na sede da Prefeitura, no centro da capital. Os dois afirmam que a decisão foi em comum acordo.
O apoio do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) à campanha de Ricardo Nunes é um dos motivos que fez a ex-prefeita decidir sair da Prefeitura, segundo aliados.
Marta estava de férias, que terminariam no próximo sábado (13), e petistas esperavam que ela procurasse Nunes para comunicar sua decisão quando retornasse ao trabalho, na segunda-feira (15).
No entanto, o prefeito entrou na reunião desta terça já com a carta de demissão preparada, após ter sido informado pela imprensa sobre encontro entre Marta e Lula em Brasília, na segunda (8).
O prefeito paulistano alega que houve “quebra de confiança” e “traição” por parte de Marta após ela ter negociado o retorno ao PT e a entrada na chapa de Boulos sem comunicá-lo.
Marta era considerada conselheira do emedebista e participava de reuniões estratégicas do conselho político de Nunes. Na segunda, o prefeito chegou a dizer que tinha confiança na ex-prefeita sem saber que, no mesmo instante, ela se encontrava com Lula em Brasília.
A ex-prefeita era secretária de Relações Internacionais da gestão Nunes desde 2021, quando assumiu a pasta a convite do então prefeito Bruno Covas (PSDB), morto no mesmo ano.
O retorno de Marta Suplicy ao PT para ocupar a vice na chapa encabeçada pelo deputado Guilherme Boulos já gera desavenças entre petistas.
O dirigente nacional do PT Valter Pomar publicou um artigo nesta terça-feira, 9, sugerindo que o possível retorno de Marta ao PT seja decidido em votação no Diretório Nacional do partido.
“Votarei contra. O motivo principal é: senadora eleita pelo PT, Marta traiu seu eleitorado e seu partido, votando a favor do golpe contra Dilma. Desconheço que ela tenha feito alguma autocrítica a respeito. E, em qualquer caso, não vejo porque trazer de volta para casa quem praticou tamanha violência”, afirmou.
Líder da corrente interna petista Articulação de Esquerda (AE), Pomar é conhecido por suas posições à esquerda da tendência majoritária do PT, a Construindo um Novo Brasil (CNB), que tem Lula como principal integrante.
Créditos: Metrópoles




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