Imagens do 8 de janeiro derrubam chefe do GSI de Lula; CPMI torna-se inevitável
- Jason Lagos
- 19 de abr. de 2023
- 2 min de leitura

O general Marco Edson Gonçalves Dias (foto), ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), pediu exoneração do cargo no fim da tarde desta quarta-feira, 19.
A demissão acontece depois que o presidente Lula convocou uma reunião de emergência com pelo menos três ministros do governo. O encontro não estava previsto na agenda oficial do petista. Na ocasião, foi discutida a permanência de Gonçalves Dias no GSI.
Inicialmente, a expectativa era de que Dias fosse exonerado do cargo e não que pedisse o afastamento. Desse modo, ele é o primeiro ministro do governo Lula a cair — em quatro meses de governo.
A situação do general passou a ser questionada depois que a CNN Brasil divulgou imagens que mostram Dias dentro do Palácio do Planalto durante os atos de vandalismo em 8 de janeiro.
O ministro chegou, até mesmo, a faltar na Comissão de Segurança Pública da Câmara, marcada para às 14 horas. Como desculpa, ele apresentou um atestado médico, emitido às 13 horas, informando que foi atendido ontem com “quadro clínico agudo e com necessidade de medicação observação”.
No entanto, até às 11 horas a presença do general estava confirmada. Como resposta, o colegiado aprovou uma convocação de Dias com o apoio dos parlamentares governistas. Porém, como ele perdeu o status de ministro de Estado, a sua presença na Câmara deixa de ser obrigatória — agora, só uma eventual CPMI poderá convocá-lo.
Gonçalves Dias estava no comando do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) desde 1º de janeiro. Na transição de governos, o general integrou a equipe da área de inteligência estratégica. Ele é um dos militares em quem Lula mais confia.
O militar atuou na segurança pessoal de Lula durante seus dois primeiros mandatos, de 2003 a 2010. O general também foi chefe da Coordenadoria de Segurança Institucional no governo de Dilma Rousseff.
Após a divulgação das imagens inéditas da invasão, o Palácio do Planalto e a cúpula do PT mudaram de estratégia em relação à CPMI do 08 de Janeiro: deixarão de pressionar pela retirada de assinaturas e vão aceitar a instalação da comissão no Congresso Nacional.
Até anteontem (18), o governo e a base aliada vinham tentando ganhar mais tempo para evitar a instalação da CPMI. O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), adiou para a próxima semana a sessão do Congresso em que deverá fazer a leitura do ato de criação da comissão.
Agora, o PT — com aval da presidente do partido, Gleisi Hoffmann (PT-PR) — aceita a instalação da CPMI justamente para contrapor o discurso oposicionista de que infiltrados de esquerda teriam sido responsáveis pela quebradeira na Praça dos Três Poderes. O objetivo da base aliada será responsabilizar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) pelos atos e buscar conexões com seu grupo político.
No governo, o sentimento era de que já não seria mais possível retirar assinaturas suficientes e a instalação da CPMI tornou-se um caminho irreversível.
Créditos: Revista Oeste e CNN Brasil


Comentários