Ex-pastor juntou-se ao padre Airton Freire na prática de crimes sexuais

O motorista do padre Airton Freire, Jailson Leonardo, que se encontra foragido após a decretação de sua prisão, atuou em Arcoverde e municípios vizinhos durante quatro anos como pastor da Assembleia de Deus Madureira.

Jailson registrou em suas redes sociais suas atividades pastorais, mas deixou de alimentar seu facebook com imagens religiosas após se tornar o motorista do padre Airton.

Ele foi acusado pela recifense Sílvia Tavares, a primeira a denunciar a rede de crimes que estão vindo à tona, de, sob ameaça de uma faca, tê-la estuprado a mando do padre enquanto o sacerdote se masturbava.

Foi o mesmo que a levou até a "casinha", onde o sacerdote se encontrava e o crime foi praticado. Sílvia imaginava que o encontro era para receber uma benção do padre.

Não se sabe ainda como o padre e Jailson se tornaram amigos. O facebook de Jailson mostra que antes de 2015, ele estava fora de Arcoverde.

Neste mesmo ele anunciou em sua rede social sua volta à terra onde nasceu e onde estudou até o ensino médio. Foi aí que a população conheceu o pastor bonito, cara de bom moço e contundente na tribuna.

Até 2019 ele entremeou imagens de sua mulher e filhos no Face, descrevendo o que chamou de “uma maravilhosa família”, a posts de suas atividades pastorais, quase sempre em pregações, eventos religiosos e posando com outros pastores arcoverdenses.

A partir de 2020, quando já era conhecido como motorista do padre, as postagens de Jailson rarearam e não mostravam o sacerdote. Em 2021 há um registro do motorista no Pará, em Cruzeiro do Sul dos Carajás.

A intimidade entre os dois ficou evidente não apenas pelo depoimento de testemunhas, como também por fotos em que aparecem juntos demais, demonstrando uma relação de proximidade que chama a atenção.

Os cinco inquéritos abertos pela Polícia sobre os crimes sexuais em Arcoverde podem revelar muito mais coisas envolvendo os dois “amigos”, embora a contundência dos depoimentos das testemunhas já tenha convencido a Polícia, o MPPE e a Justiça de que era necessário prendê-los antes mesmo do julgamento.

Nos últimos anos Jailson era tido apenas como motorista ou segurança do padre. Ele exercia as duas funções, dirigindo e andando armado para evitar ataques ao sacerdote.