Com filiação de Diogo Moraes ao PSDB, oposição passa a ter maioria em CPI; 2026 também pesou na decisão

A filiação ao PSDB acontece em um momento estratégico tanto para Diogo quanto para a legenda

Presidente da Assembleia Legislativa e do PSDB em Pernambuco, o deputado Álvaro Porto se articulou com o PSB para que o deputado Diogo Moraes se filiasse à sigla tucana. Além de Diogo poder concorrer a um novo mandato numa chapa mais competitiva, em 2026, a manobra visa garantir que a oposição tenha maioria na CPI da Publicidade.

A comissão é formada por nove membros titulares e nove suplentes, e agora, com essa guinada do PSDB, mais um oposicionista pode ficar com uma vaga. Desse modo, os adversários da governadora Raquel Lyra passam a ter 5 assentos contra quatro.

Hoje, o PSDB faz parte do blocão com outros partidos ligados ao governo do Estado, no entanto, a intenção de Porto é tirar a legenda tucana desse grupo.

De acordo com a deputada Débora Almeida, a intenção seria retirar a sua indicação para compor a CPI, o que já foi decidido. A parlamentar disse que Álvaro Porto está alegando que, em caso de empate de votos na bancada, o diretório estadual teria o direito de decidir os rumos da bancada. Com a filiação de Diogo Moraes, o PSDB passa a ter quatro deputados. O quarto é Izaías Regis. Diogo chega no partido como o novo líder, substituindo justamente Débora.

Débora contesta essa alegação de Álvaro Porto, afirmando que não existe esse critério no regimento do PSDB. Esta segunda-feira (18) foi o último dia para os partidos indicarem os integrantes na CPI. Na semana passada, o Governo havia garantido maioria, num acerto com o PL. O partido trocou o líder, e o novo indicado, Nino de Enoque, se auto nomeou para compor o colegiado.

O deputado estadual Antonio Coelho (UB) deve ser escolhido como presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito para apurar contratos de publicidade do governo Raquel Lyra. A instalação ficou marcada para acontecer na manhã desta terça-feira (19).

Devido ao acordo firmado entre os diretórios estaduais do PSDB e PSB, Diogo Moraes pode fazer a mudança sem correr o risco de perder o mandato por infidelidade partidária. Na semana passada, ao homenagear os 60 anos de fundação da sigla socialista, o deputado ressaltou que o PSB foi o primeiro e único partido ao qual se filiou.

Parlamentar experiente e atualmente em seu quarto mandato consecutivo na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), Diogo sempre teve sua atuação pautada pela defesa de bandeiras progressistas e pela lealdade aos ideais do ex-governador Eduardo Campos, referência na sua formação política.

A filiação ao PSDB acontece em um momento estratégico tanto para o deputado quanto para a legenda. O partido, que hoje é comandado pelo presidente da Alepe, o deputado Álvaro Porto, busca fortalecimento para as eleições 2026. Diogo Moraes chega como um nome de peso do Agreste Setentrional, região onde mantém forte base eleitoral.

Com o lançamento da pré-candidatura do ex-prefeito Fábio Aragão a deputado estadual, é esperado que Diogo tenha, por consequência, uma perda significativa de votos em Santa Cruz do Capibaribe no próximo ano. Disputando um novo mandato por uma legenda que, em tese, exija um quantitativo de votos menor para a chegada à Alepe, isso reduziria o impacto da entrada de Fábio Aragão na disputa.

A articulação entre Álvaro Porto, Diogo Moraes e o PSB foi determinante em outro momento recente da política estadual. Em 2023, Diogo reassumiu uma vaga na Alepe após o então deputado Rodrigo Novaes ser eleito conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE-PE), com apoio direto de Álvaro Porto. Moraes, que era primeiro suplente, retornou à Casa graças à costura política liderada por Álvaro.

Antes de deixar o PSB, Diogo fez questão de comunicar a decisão aos principais líderes do partido e agradecer pelo período na legenda. “Saio do PSB com o coração cheio de gratidão, pois foi aqui que construí toda minha trajetória política e tive grandes ensinamentos. Continuaremos com os mesmos compromissos”, pontuou.

Outro deputado socialista, Waldemar Borges, deixou o PSB e se filiou ao MDB assumindo a liderança do novo partido na Assembléia, no lugar do deputado Jarbas Filho, que apóia a governadora Raquel Lyra. Com isso, ele também passa a integrar a CPI levando a base governista a correr o risco de só contar com três dos nove integrantes do colegiado.

As articulações foram feitas no final de semana, quando o PSB liberou, por decisão da Executiva Estadual, os deputados Waldemar Borges e Diogo Moraes para saírem da legenda sem correrem o risco de expulsão.

O PSB cedeu mais um deputado estadual, nesta segunda-feira (18), para tirar outro partido da base aliada da governadora Raquel Lyra (PSD). O terceiro do dia foi Júnior Matuto, que decidiu se filiar ao PRD. No acordo, ele tomou a liderança da bancada de Joãozinho Tenório, Assembleia Legislativa.

Depois das movimentações desta segunda, o empresário de São Bento do Una e filiado do PSDB, José Almeida, pai da deputada Débora Almeida, comunicou ao presidente nacional do partido, Marconi Perillo, com cópia para o presidente da legenda em Pernambuco, Álvaro Porto, sua desfiliação.

Créditos: Blog Dellas, Blog Cenário, Blog Dantas Barreto e Blog do Finfa