Vladimir Putin assina lei que proíbe transição de gênero na Rússia
- Jason Lagos
- 25 de jul. de 2023
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O presidente da Rússia, Vladimir Putin, assinou na segunda-feira, 24, uma legislação que proíbe pessoas de mudarem oficialmente ou clinicamente de gênero no país, representando mais um golpe para a comunidade LGBTQIA+. A lei também anula os casamentos em que uma pessoa “mudou de gênero” e impede que pessoas transsexuais se tornem pais adotivos.
A lei foi aprovada com unanimidade pelas duas casas do Parlamento e proíbe quaisquer “intervenções médicas destinadas a alterar o sexo de uma pessoa”, bem como mudar o gênero de uma pessoa em documentos oficiais ou registros públicos. A única exceção será a intervenção médica para tratar anomalias congênitas.
De acordo com analistas, a legislação faz parte da cruzada do Kremlin para proteger o que considera como “valores tradicionais” do país. Os legisladores dizem que a lei tem objetivo de proteger a Rússia contra a “ideologia ocidental antifamília”, com alguns chegando a descrever a transição de gênero como “puro satanismo”.
Para de fato entrar em vigor, a lei precisava passar pela câmara baixa do Parlamento russo, pelo Conselho da Federação, equivalente ao Senado, e finalmente ser assinada por Putin. Porém, já não era esperada que a proposta enfrentasse obstáculos por parte do presidente.
O combate à propaganda LGBT+ na Rússia começou há uma década, quando o presidente proclamou pela primeira vez um foco nos “valores familiares tradicionais”, apoiados pela Igreja Ortodoxa. Em 2013, o Kremlin passou a adotar uma legislação que proibia qualquer endosso público de “relações sexuais não tradicionais” entre menores.
Em dezembro do ano passado, Putin deu sinal verde para uma legislação que coíbe a “propaganda LGBT”, sob multas de até 400 mil rublos (cerca de 21 mil reais) em caso de descumprimento, com base em uma proposta de 2013.
A penalidade é agravada para pessoas jurídicas, chegando em até 5 milhões de rublos (R$ 265 mil), ao passo que estrangeiros podem ficar presos por 15 dias e eventualmente deportados.
O pacote de emendas assinado por Putin impõe, inclusive, graves consequências a quem promover “relações e/ou preferências sexuais não tradicionais”, incluindo a transição de gênero.
Créditos: Revista Veja



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