Viúva de Clezão aciona PGR e pede prisão de Alexandre de Moraes
- Jason Lagos
- 8 de dez. de 2023
- 2 min de leitura

Edjane Cunha, viúva de Cleriston Pereira da Cunha, o "Clezão", que estava preso pelos atos de 8 de janeiro e morreu no presídio da Papuda em novembro após passar mal, acionou a Procuradoria-Geral da República (PGR) contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
A representação na PGR foi protocolada na última quarta-feira (6), pedindo a perda do cargo de ministro do STF. Ela também sustenta que Moraes incorreu em crimes com penas que vão de 10 a 31 anos de prisão.
A defesa da viúva diz que Moraes cometeu "maus-tratos em modalidade qualificada, abuso de autoridade e tortura", e que o magistrado assumiu "conduta omissiva dolosa". Afirma ainda que o magistrado teria violado 32 dispositivos legais ao manter Cleriston preso mesmo dois meses após parecer da PGR favorável à soltura.
A mulher diz, na representação, que seu marido “sequer conseguia caminhar para os banhos de sol”.
“Incorre o ministro Alexandre de Moraes na pena de reclusão de 10 anos e 11 meses a 31 anos e 11 meses mais a perda definitiva do cargo de Ministro e o respectivo impedimento para exercer a Magistratura depois de cumprida a pena privativa de liberdade, que deve ser iniciada em regime fechado”, diz trecho do documento protocolado.
A viúva pede à PGR que formalize denúncia contra Alexandre de Moraes junto ao STF, em caso inédito que seria julgado pela própria Suprema Corte.
Edjane está sendo representada pelo advogado Tiago Pavinatto, que é ex-comentarista da Jovem Pan e foi afastado da emissora após se recusar a fazer uma retratação ao vivo por ter disparado comentários ofensivos sobre o desembargador Airton Vieira, do TJSP.
Cleriston Pereira da Cunha, preso pelos atos de 8 de janeiro, morreu após mal súbito na Papuda. Ele cumpria prisão preventiva desde 9 de janeiro, sob acusação de participar da invasão ao Congresso Nacional. Após o mal súbito, recebeu massagem cardíaca mas não resistiu e morreu no local.
Clezão se tornou réu no Supremo por cinco crimes, entre eles abolição violenta do Estado Democrático de Direito, dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado. O acusado havia conseguido parecer favorável da Procuradoria-Geral da República (PGR) para ser solto.
A instituição se manifestou a respeito em 1º de setembro, devido ao vencimento do período de instrução do processo. Contudo, a decisão não foi homologada por Alexandre de Moraes.
Durante participação na Comissão de Fiscalização e Controle (CFFC), presidida por Bia Kicis (PL-DF), o deputado Nikolas Ferreira (PL-MG), falou sobre a morte de Clezão e a atuação opressiva do ministro Alexandre de Moraes na violação de direitos após os atos de 08 de janeiro.
Seguindo a mesma linha do ex-desembargador Sebastião Coelho, Nikolas defendeu que o ministro seja preso em decorrência de suas atitudes. Confira no vídeo abaixo.




Comentários