Valdemar, Torres e Tércio depõem, enquanto Bolsonaro e militares se calam
- Jason Lagos
- 23 de fev. de 2024
- 2 min de leitura

Enquanto o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e militares se calaram durante o depoimento à Polícia Federal (PF) nesta quinta-feira (22), o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, e o ex-ministro da Justiça Anderson Torres adotaram estratégias diferentes. Ambos responderam a todos os questionamentos no inquérito que apura uma suposta tentativa de golpe de Estado.
O advogado Fabio Wajngarten confirmou que o ex-presidente ficou em silêncio. Bolsonaro permaneceu na sede da PF por menos de meia hora.
Na quinta-feira, 19, a defesa do ex-presidente havia informado ao STF (Supremo Tribunal Federal) de que ele ficaria calado durante o interrogatório até ter acesso às conversas recuperadas pela PF nos celulares apreendidos durante a investigação que faz parte da Operação Tempus Veritatis, deflagrada pela corporação no dia 8 de fevereiro.
No entanto o ministro Alexandre de Moraes disse que os advogados de Bolsonaro tiveram acesso integral às diligências efetuadas e provas reunidas nos autos.
Além de Bolsonaro, ex-ministros, ex-assessores e militares compareceram para prestar esclarecimentos. A PF usou como estratégia que todos os investigados fossem ouvidos simultaneamente para evitar a combinação de versões.
Enquanto o ex-presidente e militares se calaram durante o depoimento à PF, o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, e o ex-ministro da Justiça Anderson Torres adotaram estratégias diferentes. Ambos responderam a todos os questionamentos no inquérito que apura uma suposta tentativa de golpe de Estado.
Quem também prestou depoimento foi o assessor de Bolsonaro, Tércio Arnaud Thomaz. Ele respondeu 168 perguntas sobre dez temas diferentes.
No depoimento à Polícia Federal, Jair Bolsonaro foi questionado pelo delegado que o interrogava se era “cis”, em referência à denominação “cisgênero”. O ex-presidente respondeu ao delegado da PF que não sabia o que era “cis”.
Posteriormente, Bolsonaro foi informado que a pergunta fazia parte de um novo procedimento da PF, que passou a incluir os termos “transgênero” e “cisgênero” na lista de dados de pessoas que prestam depoimento à corporação.
A PF decidiu adotar, em janeiro, o procedimento para se alinhar às diretrizes adotadas pelo governo Lula para políticas LGBTQIA+.
Ainda desconhecidos de grande parte da população, os termos seguem acompanhados de explicações feitas pela própria PF. A identificação também inclui o campo “orientação sexual”.
Cisgênero é o indivíduo que se identifica com o sexo biológico (masculino ou feminino) com o qual nasceu. Já o “transgênero” se identifica com um gênero diferente daquele que lhe foi dado no nascimento.




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