Valdemar Costa Neto intervém no PL do Recife, tira Gilson do comando e põe no lugar um aliado de Anderson
- Jason Lagos
- 11 de ago.
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O ex-ministro do Turismo Gilson Machado (D) foi oficialmente afastado da presidência do diretório municipal do PL no Recife. A mudança foi articulada pelo ex-deputado federal Anderson Ferreira e chancelada pelo presidente nacional da legenda, Valdemar Costa Neto (E), que nomeou o vereador Paulo Muniz para o cargo. Também foi anunciado o nome de André Trajano para novo tesoureiro da sigla na capital pernambucana.
A mudança ocorreu um dia depois de Anderson Ferreira e o deputado federal André Ferreira se reunirem com Valdemar Costa Neto, em Brasília. Ele próprio divulgou nota informando a mudança.
A tesouraria municipal também sofreu alteração: deixa a função André Correia, ligado ao deputado estadual Alberto Feitosa e a Gilson Machado, e assume André Trajano, integrante do núcleo político dos Ferreira.
O episódio representa uma derrota significativa para o grupo político de Gilson Machado e reforça o protagonismo de Anderson Ferreira nas decisões partidárias. Nos bastidores, a avaliação é de que a destituição pode levar à saída de Gilson do partido.
“O Recife é uma peça-chave na nossa estratégia para 2026. Estamos trabalhando para ampliar nossa atuação e fortalecer ainda mais a presença no estado”, afirmou Valdemar Costa Neto, em nota enviada à imprensa.
A destituição de Gílson ocorreu na mesma semana em que o ex-presidente Jair Bolsonaro, seu fiador político, foi colocado em prisão domiciliar pelo ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes. A medida o impede de usar redes sociais e qualquer comunicação externa. Aliados do ex-ministro afirmam que a troca no comando só aconteceu porque o ex-presidente não pôde se manifestar a respeito.
Recentemente Anderson Ferreira, durante entrevista na Rádio Folha, não poupou críticas ao ex-ministro, que reagiu também com palavras duras. Ambos se colocam como pré-candidatos ao Senado, nas eleições do próximo ano. Enquanto Gilson Machado garante tem o apoio do ex-presidente Jair Bolsonaro, Anderson Ferreira conta com o respaldo de Valdemar Costa Neto.
A explosiva situação no PL pernambucano acontece em um momento igualmente delicado no âmbito nacional. Neste final de semana foi divulgada a informação de que o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) pode deixar a legenda antes do período eleitoral de 2026, em meio a um racha com o presidente da sigla, Valdemar Costa Neto. O filho do ex-presidente Jair Bolsonaro pretende levar consigo parlamentares aliados, esvaziando a bancada liberal.
O estopim mais recente foi a paralisação da Câmara e do Senado, promovida pela oposição em protesto contra a prisão domiciliar de Jair Bolsonaro. A estratégia, que impediu votações por dois dias, desagradou Valdemar, que deu declarações públicas a respeito.
A aliados, Eduardo avalia que Valdemar faz “jogo duplo” com a família Bolsonaro, com gestos públicos a favor, mas trabalhando contra eles nos bastidores. Ele acredita que Valdemar tem interesse em ver Jair Bolsonaro “fraco” e até preso, pois isso aumentaria a dependência dele ao PL.
O deputado também estaria mirando o marqueteiro Duda Lima, próximo de Valdemar, a quem atribuiria parte dos materiais críticos contra ele disseminados nas redes sociais.
"Não estou satisfeito com o partido. Eu deixei claro isso para Valdemar [Costa Neto]. O partido não ajuda em nada. Hoje, não penso em sair. Mas até março [de 2026] posso avaliar para sair", disse Eduardo à CNN na sexta-feira (8).
Créditos: Blog do Magno, portal Movimento Econômico e CNN Brasil
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