Todos com Raquel: governadora pode ter o apoio dos três grupos políticos santa-cruzenses em 2026
- Jason Lagos
- 30 de out. de 2024
- 2 min de leitura

A eleição de 2026, na qual a governadora Raquel Lyra (PSDB) tentará renovar o mandato, poderá ter uma situação atípica em relação aos grupos políticos de Santa Cruz do Capibaribe, com verdes, vermelhos e azuis apoiando a própria Raquel, contra, possivelmente, o prefeito recifense João Campos (PSB).
Quando foi eleita governadora, em 2022, Raquel teve o apoio local do grupo Verde, capitaneado por Allan Carneiro, que disputou, à época, uma cadeira na Alepe. Miguel Coelho (UB) foi o mais votado do primeiro turno, com 12.899 votos, seguido por Anderson Ferreira (PL), com 12.018 votos, Raquel Lyra (PSDB) com 9.100 votos, Marília Arraes (SD), com 7.910 votos e Danilo Cabral (PSB), com 5.508 votos.
Miguel, que teve Alessandra Vieira como vice, foi apoiado pelo grupo Azul, Anderson pela direita santa-cruzense, Raquel pelo grupo Verde, Marília por José Augusto Maia e Danilo Cabral pelo prefeito Fábio Aragão. No segundo turno, apenas parte do grupo Taboquinha ficou com Marília Arraes, que obteve 12.948 votos, contra 36.980 votos da vencedora Raquel Lyra.
Assim que a governadora eleita assumiu, o prefeito Fábio Aragão estreitou os laços com o Palácio do Campo das Princesas, tornando-se um dos principais aliados de Raquel Lyra no Agreste Setentrional, deixando em segundo plano o aliado de primeira hora Allan Carneiro.
Tanto Fábio Aragão (PSD), quanto o prefeito eleito Helinho Aragão (PSD) garantem que estarão no palanque de Raquel em 2026, o que desde já garante uma divisão no grupo Taboquinha, uma vez que o deputado Diogo Moraes (PSB) certamente apoiará uma candidatura socialista, seja João Campos ou outro nome a disputar com a caruaruense.
No âmbito do grupo Azul, o deputado Edson Vieira (UB) tem dito que o seu compromisso político é com o ex-prefeito de Petrolina, Miguel Coelho (UB), e não com João Campos. Miguel pretende se candidatar ao Senado em 2026, na chapa liderada pelo prefeito recifense. Nesse caso, Edson apoiaria Miguel, mas não João Campos para o governo.
Na Alepe, Edson tem votado a favor das pautas do governo Raquel Lyra. A partir de 01 de janeiro, ele passa a ser dono efetivo do mandato, com a ida de Cléber Chaparral (UB) para a prefeitura de Surubim. Hoje Edson ainda está na condição de primeiro suplente do União Brasil, e só está no exercício do mandato por conta da ida do titular, Antonio Coelho, para uma secretaria de João Campos.
Em se confirmando o apoio de Edson à reeleição de Raquel, abre-se a possibilidade do deputado federal Mendonça Filho (UB) voltar a ser apoiado pelo grupo Azul em Santa Cruz do Capibaribe, em substituição ao deputado Fernando Filho, do mesmo partido.
Apoiador de primeira hora de Raquel Lyra, mas sem o devido reconhecimento posterior, Allan Carneiro deverá continuar apoiando a governadora, até mesmo pela falta de opção politicamente mais proveitosa. Há dúvidas, no entanto, se o grupo Verde atuará de modo consistente na campanha de 2026.
Comments