Rússia acusa Ocidente pelo maior ataque com drones da Ucrânia
- Jason Lagos
- 30 de ago. de 2023
- 2 min de leitura

A Ucrânia promoveu o maior ataque com drones contra o território russo desde o início da guerra promovida por Vladimir Putin em fevereiro de 2022. Ao menos seis regiões foram alvejadas, e houve danos importantes a quatro aviões de transporte pesado Iliuchin Il-76, o principal cargueiro militar de Moscou (foto).
Nesta quarta (30), o Ministério das Relações Exteriores da Rússia disse que os bombardeios só puderam ocorrer em áreas tão diversas e distantes da fronteira ucraniana com apoio de inteligência de países da Otan, a aliança militar ocidental. "Os ataques não passarão impunes", disse a porta-voz Maria Zakharova.
Os aviões Iliuchin Il-76, de origem soviética, são o esteio da aviação de transporte militar da Rússia, que opera 110 deles. Antes, drones de Kiev haviam danificado e destruído bombardeiros estratégicos em bases dentro do país de Putin, e no ano passado metade de uma frota de caças na Crimeia foi destruída.
Os ucranianos têm alguns drones de longo alcance, que podem atingir alvos a mais de mil quilômetros, mas eles são maiores e em tese mais fáceis de serem identificados por defesas aéreas.
Já modelos pequenos, de curto alcance, precisam ser lançados de dentro do território russo, sugerindo a infiltração de comandos ucranianos ou a colaboração de rebeldes contrários ao Kremlin.
Nesta semana, o foco parecia direcionado mais à Crimeia anexada, que teve dois dias seguidos com drones sendo abatidos por defesas russas.
Ainda nesta madrugada na região, a Rússia disse ter afundado quatro botes de alta velocidade que transportavam soldados de tropas especiais ucranianas para tentar entrar na península. Outros dois botes foram destruídos perto da ilha da Cobra, no leste do mar Negro.
Kiev ainda não comentou esses episódios, que ocorreram uma semana depois de uma ação secreta que envolveu a entrada de forças especiais na Crimeia, com direito a hasteamento da bandeira ucraniana e a destruição de uma poderosa bateria antiaérea S-400 dos russos na região.
Toda essa movimentação ocorre enquanto a Ucrânia sofre para fazer avançar sua contraofensiva, lançada em 4 de junho. Nas duas últimas semanas, o Ministério da Defesa local anunciou a conquista da cidade de Robotine, o que poderia sugerir uma entrada mais incisiva na região de Zaporíjia.
Na prática, contudo, o avanço nem chegou ainda à primeira das três linhas fortificadas dos russos na região. Com o frio se aproximando, e a paciência do Ocidente cada vez mais duvidosa, a ação de Kiev se tornou uma corrida contra o tempo, temperada com um aumento nas ações de impacto mais simbólico.
Entretanto, se os Iliuchin Il-76 foram mesmo destruídos, há um ganho militar evidente, dada a importância do aparelho para as Forças Armadas do Kremlin. De acordo com os relatos iniciais, não houve vítimas nos ataques.
Créditos: Folha de São Paulo



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