Raquel Lyra sai do PSDB e entra no PSD após críticas a postura do partido diante do governo federal
- Jason Lagos
- 9 de mar.
- 2 min de leitura

A governadora de Pernambuco, Raquel Lyra, deixará oficialmente o PSDB e se filiará ao PSD nesta segunda-feira (10). A saída foi consumada no final de fevereiro, e o ato de filiação acontecerá no Recife.
Raquel negociava pelo menos desde 2024 uma ida para a sigla presidida por Gilberto Kassab. Para além das perspectivas de ingressar em um partido que está em ascensão, ela também vai comandar o diretório da legenda em Pernambuco. O MDB também foi cogitado como destino, mas a governadora bateu o martelo pela filiação ao PSD.
Raquel deixa o PSDB após nove anos de filiação -entrou no partido para disputar a Prefeitura de Caruaru, onde governou por dois mandatos. Antes, como deputada estadual, ela havia integrado o PSB, que é uma das maiores forças políticas do Estado e hoje é seu principal rival.
Dentro do PSDB, a governadora vinha enfrentando atritos com o correligionário Álvaro Porto, presidente da Assembleia Legislativa. Porto, em fevereiro de 2024, disse que Raquel “conversou merda demais” e “não disse nada” em discurso de abertura do ano legislativo da Casa.
Interlocutores leem a ida de Raquel Lyra para o PSD como uma tentativa de se aproximar de Lula para articular um possível apoio à própria candidatura à reeleição. É provável que ela enfrente o atual prefeito do Recife, João Campos (PSB), na corrida pelo governo.
Atualmente, Campos é um importante aliado do presidente. O prefeito, futuro presidente nacional do PSB, foi reeleito com um dos maiores índices de votação entre as capitais brasileiras, com 725 mil votos.
Em uma espécie de prévia dessa disputa na eleição municipal de 2024, os tucanos fizeram 32 prefeituras em Pernambuco, ante 31 do PSB. A saída da governadora pode levar prefeitos a também tomar outro rumo.
A troca de partido da pernambucana aprofunda o esvaziamento tucano pelo país. Com a filiação dela ao PSD, o PSDB passará a ter apenas dois governadores: Eduardo Leite, no Rio Grande do Sul, e Eduardo Riedel, em Mato Grosso do Sul.
O partido, que já governou oito estados, vem perdendo relevância desde 2018, quando o então tucano Geraldo Alckmin -agora no PSB- ficou apenas em quarto lugar na eleição presidencial. Em 2022, pela primeira vez, a sigla não lançou candidato ao Planalto.
No mês passado, o site oficial do partido publicou uma nota afirmando que não desaparecerá. “O PSDB não vai desaparecer. Em respeito a 1,35 milhão de filiados e à história de todos que ajudaram a fundar e a construir o partido que fez as reformas mais importantes do Brasil, o PSDB vai continuar existindo.”
Ainda segundo o comunicado, a partir da eleição de 2026, a chamada “cláusula de desempenho” ficará mais rígida e, por isso, será necessário encontrar soluções para superar esse obstáculo, “o que inclui a construção de chapas fortes para as eleições para o Congresso Nacional, para as assembleias estaduais e distrital, para os governos estaduais e para a Presidência da República”.
Créditos: Folha SP




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