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Raquel Lyra põe PSBD e PSD à disposição de Fábio Aragão para filiação, mas prefeito declina da oferta

  • Foto do escritor: Jason Lagos
    Jason Lagos
  • 5 de fev. de 2024
  • 3 min de leitura

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Sem partido desde que, de modo surpreendente, deixou o PP do deputado federal Eduardo da Fonte, em novembro do ano passado, o prefeito Fábio Aragão terá que decidir muito em breve em qual legenda ingressará. O prazo limite para filiação partidária de quem vai disputar mandato eletivo em 2024 é o dia 06 de abril.


Recentemente, a governadora Raquel Lyra (PSDB) ofereceu a Fábio a possibilidade de ingressar no seu partido, do qual é vice-presidente nacional, ou no PSD, presidido no Estado por André de Paula, titular do Ministério da Pesca e Agricultura. O prefeito declinou das duas ofertas.


Em relação ao PSDB, a motivação para a recusa tem múltiplas causas. Em Santa Cruz do Capibaribe a legenda foi comandada muito tempo pelo deputado Edson Vieira, atualmente no União Brasil. A nível estadual chegou a ser presidido pela ex-deputada Alessandra Vieira, pré-candidata a prefeitura da Capital das Confecções em 2024. Não bastasse isso, a cor predominante da legenda é o azul, dos arqui-inimigos bocas-pretas.


Além dos aspectos estadual e municipal, o PSDB ainda é lembrado como um partido antagônico ao PT, legenda contra a qual disputou o segundo turno de cinco eleições presidenciais. A nível nacional, o grupo Taboquinha é bem mais identificado com o PT e a esquerda em geral, usando como cor de identificação o vermelho.


Em uma análise superficial, o PSD de Gilberto Kassab e André de Paula seria, em princípio, uma boa opção de filiação para Fábio Aragão, já que é um partido de centro, que se comunica bem com outros partidos à direita e á esquerda. O Partido Social Democrático ocupa três ministérios no governo Lula.


Ocorre que o entorno do prefeito teme a influência de Dudu Dafonte sobre o PSD e o seu dirigente estadual, André de Paula. Quando este decidiu se afastar da Frente Popular, no mês de maio de 2022, o PP de Eduardo da Fonte ensaiou fazer o mesmo, mudando de ideia depois. Eduardo da Fonte prestigiou pessoalmente, inclusive, o anúncio do lançamento de André de Paula como o senador de Marília Arraes, então pré-candidata ao governo de Pernambuco pelo Solidariedade.


Por conta do patrulhamento de Eduardo da Fonte, as opções de legendas atrativas para a filiação do prefeito Fábio Aragão, que não estejam no campo da esquerda, são restritas. A opção PSB sequer é cogitada pelo prefeito, já que trata-se da principal legenda oposicionista ao governo Raquel Lyra.


A federação formada pelo PT, PC do B e Rede não é considerada como uma boa escolha para filiação de Fábio Aragão, já que facilitaria o discurso de nacionalização da campanha, em uma cidade na qual o ex-presidente Jair Bolsonaro tem colhido sucessivas e consistentes vitórias eleitorais.


O Republicanos do ministro Sílvio Costa Filho passou a ser uma opção contra-indicada para o prefeito Fábio Aragão, a partir do momento em que a legenda declarou, de forma ruidosa, apoio à reeleição do prefeito João Campos (PSB), na semana passada.


Em um tom que já lança o socialista para a disputa ao Governo do Estado em 2026, o ministro afirmou: “não tenho dúvidas de que não apenas o Recife, mas Pernambuco e o Brasil ainda vão ouvir falar muito em João Campos. A sua vitória vai reverberar pela Região Metropolita e pelos quatro cantos do nosso estado”.


Não bastasse o foco na eleição de 2026, Silvinho ainda falou: “Você não gasta tempo com arenga, com confusão política, você não briga com a casa legislativa, que é tão importante para o nosso estado e para a cidade. Você gasta energia cuidando da vida das pessoas”, alfinetando nas entrelinhas a atual relação da governadora Raquel Lyra com a Assembleia Legislativa.


Sabe-se que, além do PSD, Raquel Lyra tem sido assediada peço Podemos, presidido nacionalmente por Renata Abreu. Desde que a governadora tenha, de fato, o controle do partido no Estado, esta poderia ser um destino partidário mais tranquilo para Fábio Aragão, mesmo se tratando de uma legenda de oposição ao governo Lula.


Um outro problema a ser resolvido pelo prefeito, em termos de legenda partidária, é a necessidade de alocar o núcleo bolsonarista do seu governo em um partido identificado com a Direita. Também aí, teme-se a interferência de Eduardo da Fonte, que transita com desenvoltura nesse campo.

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