Raquel Lyra e João Campos adiam decisão sobre o Senado esperando federações e fusões partidárias
- Jason Lagos
- há 9 horas
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Os dois eventuais candidatos a governador de Pernambuco, a governadora Raquel Lyra e o prefeito João Campos, cujas pré-campanhas já estão expressas nas redes sociais, têm causado ansiedade nos oito pré-candidatos ao Senado em 2026 por estarem se recusando, mesmo de forma reservada, a se expressar sobre o que pensam dos companheiros de chapa que pretendem escolher entre as diversas opções apresentadas.
Indagada por um interlocutor há alguns dias sobre o assunto, a governadora Raquel Lyra explicou que a política está passando por uma transformação com federações e fusões entre partidos, um processo que ainda não terminou e que pode vir a surpreender muita gente.
Ela chegou a citar o caso de Pernambuco quando acaba de ser formalizada a Federação União Progressista, juntando o PP e o União Brasil. Se referiu ainda a uma fusão entre o PSDB e o Podemos que também repercutirá no estado.
A governadora, inclusive, já tinha conhecimento de algo que só foi revelado esta quarta-feira pelo presidente nacional do MDB, Baleia Rossi, de que a legenda discute a possibilidade de se compor em federação com o Republicanos ou o PSD – ou com ambos. “Como vou resolver o Senado se o quadro partidário é ainda incerto? – indagou.
Com o prefeito João Campos está acontecendo a mesma coisa. Ficou no passado a famosa foto em que ele aparecia em praia do litoral sul junto com o ministro Sílvio Costa Filho e o ex-prefeito de Petrolina Miguel Coelho, interpretado e nunca desmentido como um sinal de estava ali formada a chapa do ano que vem. Hoje nem Sílvio e nem Miguel têm certeza de que isso vá ocorrer. Em privado, ambos têm confessado que João ainda não sabe o que vai fazer.
Da mesma forma se encontra o senador Humberto Costa, cuja candidatura é a prioridade petista a nível estadual em 202,6 como afirmou no último final de semana o candidato a presidente nacional do partido, Edinho Silva, em visita ao Recife. O senador do PT continua conversando com a governadora, como sempre fez, e o PT se encontra dividido para decidir em que palanque subir.
Esta semana causou frisson no meio politico uma audiência de Raquel com o prefeito de Petrolina, Simão Durando ,e o deputado estadual Antonio Coelho, mostrada nas redes sociais pelo próprio prefeito e na qual se falou de questões administrativas mas também de política.
Nos últimos dias, o ministro Sílvio Costa Filho tem se aproximado dela – os dois já vinham conversando – e aprofundado o descontentamento com o PSB depois que o prefeito de Lajedo, que o apoiava para deputado federal, bandeou-se para o deputado federal socialista Felipe Carreras.
Os próprios pré-candidatos ao Senado estão fazendo questão de se encontrar e ainda celebrar os eventos nas redes sociais. Depois que foi formada a Federação PP/União Brasil, o senador Humberto Costa teve uma longa conversa com o deputado federal Eduardo da Fonte, que vai comandar o grupo no Estado, e registrou isso no seu instagran com foto e tudo.
Eduardo, por sua vez, soltou uma frase que casou espanto há poucos dias falando que “2026 se discute em 2026” quando indagado sobre o apoio a Raquel, em cujo governo o PP controla sete órgãos. Depois ele se recompôs, elogiando a governadora e falando que tinha sido mal interpretado, mas passou dias para esclarecer isso.
Dois deputados estaduais da legenda, muito muito próximos de Eduardo da Fonte, disseram que o grupo está fechado com Raquel. Um deles, porém, chegou a arriscar “Dudu sabe que um certo grau de incerteza é importante para ser considerado até o final”.
Sabe-se que, no comando da Federação e pretendendo se candidatar ao Senado, Eduardo vai lutar para que ele e Miguel componham a chapa para o Senado de Raquel. Isso se algo não surpreender no quadro volátil atual.
O MDB tem um senador, Fernando Dueire, no momento engajado na luta para ajudar o deputado estadual Jarbas Filho a conquistar a presidência do partido na eleição do dia 24 deste mês. Isso ocorrendo, o partido pode sair da influência direta do prefeito João Campos, como acontece atualmente, e abrir conversações com a governadora, como desejam seus prefeitos. Mas, com a possibilidade de uma Federação com o Republicanos ou PSD, uma decisão pode ser adiada.
A definição de candidaturas tem prazo. Como há muitas opções de pré-candidatos, nenhum deles quer deixar de cultivar as bases para uma possível candidatura a deputado federal, caso o Senado não vingue. Foi por isso que Sílvio Filho protestou recentemente por FElipe Carreras ter tirado um prefeito seu.
Créditos: Blog Dellas
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