Raquel Lyra afirma buscar “estabilidade” no PSD para enfrentar João Campos e se aproximar de Lula
- Jason Lagos
- 12 de jun.
- 2 min de leitura

Um dos três governadores eleitos pelo PSDB em 2022, a governadora de Pernambuco, Raquel Lyra, deixou o partido em março deste ano e se filiou ao PSD de Gilberto Kassab de olho na sua reeleição em 2026.
Com um adversário competitivo na disputa — o atual prefeito do Recife, João Campos (PSB) —, a governadora explicou, em entrevista ao portal Metrópoles, que migrou para o PSD em busca de “estabilidade” e “segurança”.
“Eu precisava estar em um partido que me desse mais estabilidade, segurança. Tenho certeza que estou no caminho certo. Depois de mim, Eduardo Leite (governador do Rio Grande do Sul) também chegou”, declarou a governadora na entrevista, concedida na terça-feira (10).
Raquel Lyra também disse ter cumprido todos os ciclos no PSDB e contou que discussões internas também contribuíram para sua saída da sigla, após quase 10 anos de filiação.
A mudança para um partido mais identificado com o centro dá a governadora chances de se aproximar mais do presidente Lula e até de pleitear o apoio do petista para sua reeleição em 2026.
Embora ressalte em diversos momentos manter uma boa relação com o governo Lula, Raquel Lyra disse na entrevista ao Metrópoles que não recebeu qualquer garantia de apoio do petista para o próximo ano.
Uma declaração do presidente Lula no Congresso Nacional do PSB, no dia 01 de junho, admitindo a possibilidade de subir em dois palanques no próximo ano em Pernambuco, criou mal-estar entre os socialistas do Estado.
Diante de um João Campos mais sério do que o habitual, Lula afirmou que na eleição de 2026 os partidos que o apoiarem devem ter em mente a possibilidade de trabalhar com dois palanques em alguns Estados e citou a eleição pernambucana de 2006, na qual ele teve o apoio dos candidatos a governador pelo PT, Humberto Costa, e pelo PSB, Eduardo Campos.
Além do semblante fechado de João Campos, ao ouvir as palavras de Lula, o PSB acusou o golpe e cuidou, nas palavras do presidente estadual Sileno Guedes, a tirar por menos afirmando que, na verdade, Lula estava se referindo ao bom relacionamento entre os dois partidos, e não a uma possibilidade de dois palanques para 2026.
Outro líder estadual do partido, o deputado Waldemar Borges, foi mais explícito: “ não há possibilidade de João e Raquel subirem no mesmo palanque como fizeram Eduardo Campos e Humberto Costa em 2006. A realidade é outra e não existe, ao contrário do que acontecia lá atrás entre PT e PSB, nenhuma afinidade entre o PSB e o PSD da governadora”.
Mesmo a parte do PT pernambucano que está declaradamente apoiando o prefeito João Campos já passou a manifestar dúvida sobre o que pode vir a acontecer.
Hoje o PT está dividido ao meio no Estado, e uma banda expressiva do partido já está apoiando a governadora, como é o caso da bancada do partido na Assembleia, que faz parte da base governista com três deputados, de ex-prefeitos e dos atuais prefeitos petistas que caminham no mesmo sentido.
Na quinta-feira (5), o prefeito petista de Tabira, Flávio Marques, não só declarou apoio à reeleição de Raquel como disse que vai trabalhar dentro do partido para que ele adote o mesmo caminho. Mais dois prefeitos petistas estariam a caminho do Palácio.
Créditos: Metrópoles e Blog Dellas




Comentários