PT abre mão de vice e João Campos escolhe ex-chefe de gabinete para compor chapa

O PT abriu mão de indicar o vice na chapa encabeçada pelo prefeito João Campos (PSB), que vai à reeleição no Recife nas eleições municipais deste ano.

A decisão se deu durante reunião com Lula (PT) no Palácio do Planalto na manhã desta quinta-feira 18. No encontro, que não constou da agenda presidencial, também esteve o presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira.

Com isso, o pessebista irá anunciar Victor Marques (PCdoB), seu ex-chefe de gabinete, como companheiro de chapa. Apesar de o martelo já está batido, afirmam interlocutores do prefeito, o anúncio só acontecerá na segunda-feira, em um ato que deve contar com a presença da deputada federal Gleisi Homan (PR), presidente nacional do PT.

Marques era, desde o início, o nome preferido de Campos. Os petistas, porém, reivindicavam a vaga e defendiam a indicação do ex-vereador Mozart Sales, que era assessor especial do Ministério das Relações Institucionais até o início do mês.

A pressão pelo posto se devia a um motivo: caso reeleito, o gestor da capital pernambucana pode renunciar ao cargo em 2026 para disputar a sucessão da governadora tucana Raquel Lyra. Ou seja, com a saída do cargo, teria de deixar a administração municipal nas mãos de um nome do PT.

Uma pesquisa Datafolha divulgada na semana passada mostra Campos na liderança, com 75% das intenções de voto. O mais próximo do atual prefeito é o ex-deputado federal Daniel Coelho, do PSD, que registra 7%.

O ex-ministro do Turismo sob Jair Bolsonaro, Gilson Machado (PL), tem 6%. Na sequência está a psolista Dani Portela, com 3%. Os três estão empatados tecnicamente, considerando a margem de erro da pesquisa.

O escolhido de João Campos para vice foi chefe de gabinete do administrador socialista na Prefeitura do Recife e no primeiro e único mandato como deputado federal (entre 2019 e 2020). Na época em que o prefeito era chefe de gabinete do então governador Paulo Câmara (PSB), Victor Marques foi seu assessor (de 2017 até 2019).

Victor Marques terá papel estratégico e pode assumir a prefeitura caso João decida concorrer as eleições para o Governo do Estado em 2026. Para assumir a missão, Campos terá que se desincompatibilizar do cargo seis meses antes do pleito, deixando o comando da Prefeitura para o seu vice. 

Créditos: Carta Capital