PSDB rechaça pedido de Raquel para baixar o tom da oposição ao governo Lula
- Jason Lagos
- 7 de mar. de 2024
- 2 min de leitura

O PSDB nacional descartou a possibilidade de baixar o tom nas críticas ao governo Lula. O apelo pela mudança no comportamento foi feito pela governadora de Pernambuco, Raquel Lyra.
A governadora apresentou a demanda, mais de uma vez, diretamente ao presidente do PSDB nacional, Marconi Perillo.
Perillo deixou claro que o partido manterá o objetivo de se recolocar no cenário nacional como principal opositor do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, mas não cobrará de Raquel um discurso arraigado contra o petista.
“A governadora Raquel Lyra sabe que tem o total apoio do PSDB para desenvolver seu trabalho e temos acompanhado diariamente o esforço que ela faz para melhorar a vida dos pernambucanos. Defendemos relações republicanas em todas as esferas de poder, sem perseguições, sem ataques pessoais. Assim continuará, porque essa é a história do PSDB”, afirmou.
Depois de ver suas bancadas encolherem no Congresso, perder prefeitos – principalmente em São Paulo, e não ter conseguido nem sequer ter candidato à Presidência da República em 2022, o PSDB decidiu voltar ao embate direto com o PT.
A sigla, que polarizou com Lula ao longo de décadas, perdeu espaço para o bolsonarismo. Agora está ciente de que só tem chances de se reerguer se endurecer o discurso.
Ao mesmo tempo, a cúpula tucana sabe que, se exigir postura de oposição de Raquel Lyra ao governo Lula, corre o risco de perdê-la na sigla que atualmente só tem três governadores – além de Raquel, Eduardo Leite (RS) e Eduardo Riedel (MS).
A governadora de Pernambuco é cortejada pelo PSD, de Gilberto Kassab, e pelo MDB, para deixar o ninho tucano. Essas legendas afirmam ser independentes, mas ocupam ministérios no governo Lula.
Governadora com a pior avaliação no Brasil, segundo pesquisa AtlasIntel, Raquel vê na parceria com o Palácio do Planalto uma maneira mais fácil para mostrar resultados da sua atuação e ganhar popularidade.
Raquel atribuiu sua impopularidade à herança deixada por seu antecessor, Paulo Câmara (PSB). Ungido de Eduardo Campos, ele deixou o Palácio do Campo das Princesas, em 2022, com aprovação de apenas 13%, de acordo com o Inteligência em Pesquisa e Consultoria Estratégica (Ipec).
A pernambucana também atribuiu o estigma ao PSB, que comandou a política de Pernambuco ao longo de 16 anos.
Filiada ao PSDB desde 2016, Raquel Lyra já foi filiada ao PSB. A hoje tucana serviu como secretária da Criança e da Juventude (justamente no governo Eduardo Campos), deputada estadual e prefeita de Caruaru — sendo que renunciou ao cargo no Executivo municipal para se candidatar, com êxito, ao governo estadual na eleição de 2022.




Comentários