Pressão por anistia cresce e governo traça estratégias para barrá-la
- Jason Lagos
- 15 de set.
- 2 min de leitura

Enquanto a oposição aperta o cerco para votar o projeto de lei (PL) da anistia para envolvidos no 8 de Janeiro, o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) amarra estratégias para barrar o avanço da matéria no Congresso Nacional.
O tema ganhou fôlego nas últimas semanas com a entrada na articulação do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos-PB). Agora, a mobilização deve crescer ainda mais após a condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) na Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF).
Governistas veem o movimento como natural, mas acreditam que a ofensiva não deve prosperar. E mesmo que avance na Câmara dos Deputados, o Senado deve barrar a proposta. De toda forma, aliados do presidente Lula já se movimentam para derrotar o texto, caso vá a plenário. O objetivo do governo é derrubar o projeto para encerrar de vez a discussão, antes das eleições de 2026.
O líder da oposição no Senado, Rogério Marinho (PL-RN), encontrará nesta segunda-feira (15) os caciques da federação União Progressista. O senador quer angariar apoio na Casa ao projeto de anistia aos condenados por tentativa de golpe de Estado, incluindo o ex-presidente Jair Bolsonaro.
O encontro de Marinho ocorrerá com os presidentes do PP, o senador Ciro Nogueira (PI), e do União Brasil, o advogado Antônio Rueda. Juntas, as siglas somam 14 cadeiras, formando a maior bancada do Senado.
Na avaliação da oposição, a maior resistência à proposta de anistia está no Senado. O presidente da Casa, Davi Alcolumbre (União-AP), indicou que não pautaria uma proposta “ampla, geral e irrestrita”.
Na Câmara, a situação parece mais maleável para a oposição. O presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), tem resistência à anistia, mas já sinalizou que pode pautar a proposta devida à adesão de uma ala do Centrão.
A anistia passou a ser vista como a única chance para Bolsonaro escapar de uma eventual prisão, após a Corte analisar os últimos recursos da sua defesa. A proposta será discutida pelo colégio de líderes da Câmara na terça-feira (16), e os bolsonaristas acreditam que há mais chances de o projeto ser pautado se a resistência no Senado diminuir.
O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos) deve voltar a Brasília para tentar influenciar a Câmara dos Deputados a pautar o projeto para anistia do ex-presidente como um gesto duplo — ao Centrão e ao “bolsonarismo raiz”.
Um aliado próximo de Tarcísio afirma que o governador paulista deve insistir na articulação por um projeto de lei que conceda anistia ao ex-presidente e envolvidos nos ataques de 8 de Janeiro, porque isto é visto como uma pauta de “pacificação”.
A medida se torna mais importante após o discurso radicalizado de Tarcísio na Avenida Paulista. Na capital federal, o governador tenta dar sinais de que é capaz de conversar com partidos de centro e pode ser visto como um bom articulador político.
Segundo o líder do PL na Câmara dos Deputados, Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), Tarcísio voltará a Brasília nesta segunda-feira (15).
Crédito: Metrópoles
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