Presença de Jair Bolsonaro no Pânico faz Jovem Pan obter o dobro da audiência da Globo News
- Jason Lagos
- 3 de jul. de 2023
- 2 min de leitura

A Jovem Pan conseguiu uma alta audiência na TV por assinatura nesta segunda-feira (3) com a entrevista exclusiva do ex-presidente Jair Bolsonaro, a primeira desde que foi declarada sua inelegibilidade pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral).
O programa comandado por Emílio Surita chegou a marcar o dobro do Estúdio i, comandado por Andréia Sadi na GloboNews. Segundo dados prévios de audiência do PNT (Painel Nacional de Televisão) da TV paga, obtidos pelo F5, a Jovem Pan chegou a picos de 0,9 ponto entre 13h e 14h15, quando Bolsonaro estava no ar.
A GloboNews variou entre 0,4 e 0,5 ponto, ficando em segundo lugar, algo raro no horário em que Andréia Sadi está no ar.
O índice foi o recorde de audiência do Pânico na TV paga em 2023. O show costuma marcar 0,4 ponto em média. Outras concorrentes da Jovem Pan acumularam traço enquanto Bolsonaro falava.
A CNN Brasil, que mostrava O Grande Debate, ficou com 0,0 ponto. O mesmo que Record News e Band News. Na entrevista, Bolsonaro chegou a dizer que a Globo não quis lhe entrevistar por "ter medo". Já a emissora afirma que vetou exigências feitas por sua equipe.
Durante a entrevista, Jair Bolsonaro criticou a condução dos processos sob responsabilidade do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Segundo o político, a função do Ministério Público serve apenas para “cumprir tabela”.
Bolsonaro elogiou a recente reportagem da revista Veja sobre as críticas da vice-procuradora-geral da República, Lindôra Araújo. A revista trouxe o teor de um documento até então em sigilo, no qual a vice-procuradora faz graves acusações ao ministro Alexandre de Moraes.
Segundo Lindôra, o ministro autorizou procedimentos ilegais, decretou prisões sem fundamento e tentou promover o que na Justiça se chama de “pesca probatória”, uma diligência autorizada sem um fato que a justifique, tendo como objetivo real colher alguma prova aleatória de um crime.
A procuradora afirma no documento que não havia nenhuma justificativa plausível para a prisão preventiva do ex-ajudante de ordens e de outros dois ex-auxiliares de Jair Bolsonaro envolvidos no caso das carteiras de vacinação, Max Moura e Sérgio Cordeiro.
“Os elementos apontados são por demais incipientes a recomendar quaisquer diligências ou medidas em face dos investigados, sob pena de se validar a pesca probatória, à semelhança de outras investigações em curso no âmbito do Supremo Tribunal Federal”, escreveu Lindôra.
Braço direito do ex-presidente durante os quatro anos de governo, Cid está preso preventivamente há dois meses. Na ofensiva contra o ministro do Supremo, Lindôra insinua que Alexandre inflou o caso de Mauro Cid com episódios estranhos ao processo, como uma reportagem que mostra que o ex-ajudante de ordens pagava despesas pessoais da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, o que não teria nada a ver com a falsificação dos cartões de vacinação.
O objetivo, segundo ela, seria ampliar o raio de suspeição sobre o antigo auxiliar de Bolsonaro e “criar um link com a prática de delitos financeiros, envolvendo o círculo social de parentes do ex-chefe do Poder Executivo”.
Créditos: Folha de São Paulo e Revista Oeste




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