Prefeito Lero afirma ter saudade das receitas que vinham para os municípios no governo Bolsonaro
- Jason Lagos
- 20 de ago. de 2023
- 3 min de leitura

O prefeito de Taquaritinga do Norte, Lero (PSB), desabafou durante entrevista concedida ao Blog do Alberes Xavier, compartilhando suas preocupações sobre as finanças municipais e as perspectivas para o futuro. Com palavras francas e diretas, o gestor trouxe à tona algumas inquietações sobre os impactos das políticas econômicas nas prefeituras e a queda no repasse do FPM.
Lero destacou a importância das receitas federais para os municípios e expressou saudades das verbas que eram direcionadas aos entes municipais na época da gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). “A gente está com saudade das receitas que vinham para os municípios”, afirmou.
Ele ainda trouxe à tona um comparativo entre os repasses do Fundo de Participação dos Municípios (FPM) nos governos de Jair Bolsonaro e Luiz Inácio Lula da Silva. De acordo com suas observações, as receitas durante o governo Bolsonaro eram mais favoráveis para as prefeituras.
“Sou realista e não votei no ex-presidente Bolsonaro, mas se você comparar o FPM que vinha no governo Bolsonaro pra o FPM que chega no governo Lula, as receitas que vinham na época de Bolsonaro eram melhores para as prefeituras”, disse.
Sobre a possibilidade de demissões, Lero reiterou seu compromisso em fazer tudo o que for possível para evitá-las, mas enfatizou a necessidade de garantir a governabilidade, que por vezes pode exigir decisões difíceis. “Vou fazer de tudo para não precisar demitir, mas se precisar demitir, vou pedir a compreensão e a gente vai precisar demitir porque também precisamos pensar na governabilidade”, completou
As palavras de Lero refletem não apenas a situação de Taquaritinga do Norte, mas também o contexto que muitos municípios estão enfrentando em todo o país.
Também em entrevista concedida ao Blog do Alberes Xavier, o prefeito do Brejo da Madre de Deus, Roberto Asfora (PP), expressou sérias preocupações em relação à queda nos repasses de recursos enviados via Fundo de Participação dos Municípios pelo governo federal para os municípios pernambucanos. Roberto destacou a necessidade dos prefeitos exporem essa difícil situação à população e ressaltou que a falta de recursos financeiros pode levar à demissão de funcionários.
Para o prefeito, a situação é delicada e exige uma análise séria e urgente. Ele enfatizou que, caso o governo federal continue a diminuir os repasses e não haja uma solução para a crise, a demissão de funcionários municipais pode ser inevitável.
"É uma realidade muito triste, mas eu não vejo outro caminho a não ser demitir funcionários se o governo federal continuar travado da maneira que está e com a união diminuindo repasses da maneira que diminuiu. Infelizmente, a gente vai ter que tomar as devidas providências. Até porque, o funcionário não pode trabalhar e ficar sem receber. Receber é sagrado e para receber é preciso ter recursos para pagar", afirmou.
O prefeito também expressou sua preocupação com as prioridades do governo federal. Ele argumentou que, em vez de lançar e relançar programas grandiosos como o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), é essencial olhar para as necessidades básicas da população nos municípios. Asfora ressaltou que a questão não se trata de cor partidária, mas sim da realidade enfrentada pelos municípios, que podem até mesmo ser forçados a fechar as prefeituras temporariamente se a crise não for enfrentada.
“Eu acho que deveria primeiro olhar para a vida da população brasileira dentro dos municípios para depois estar com lançamento de PAC, disso e aquilo. Eu não estou falando de cor partidária, estou falando de uma realidade dos municípios e que, se continuar desse jeito, infelizmente, tem que fechar as prefeituras por 5, 6, 7 ou 8 dias. E não sei se isso resolve porque se o pessoal continuar na folha de pagamento o custo aumenta”, falou.
Segundo dados da Amupe, 7 de cada 10 municípios do estado tem o FPM como principal fonte de receita. A situação destaca a urgência de ações para garantir o funcionamento das prefeituras e a estabilidade econômica das cidades, especialmente em um momento desafiador como o atual.
Créditos: Blog do Alberes Xavier
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