PF apura se família Bolsonaro ocultou provas em jet ski; senador afirma que entidade está acabando com a própria reputação
- Jason Lagos
- 1 de fev. de 2024
- 2 min de leitura

A Polícia Federal (PF) investiga se uma das três embarcações da família Bolsonaro teria sido utilizada para transportar e ocultar provas de possíveis crimes, enquanto policiais cumpriam mandado de busca e apreensão contra o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ), na segunda-feira (29), em Angra dos Reis (RJ).
Filho 02 de Jair Bolsonaro, Carlos seria quem recebia os informes ilegais da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) sobre adversários e aliados políticos e eventuais movimentações legais contra dois de seus irmãos, o senador Flávio e o caçula entre os homens, Jair Renan.
A PF apura se um jet ski da família teria sido levado à propriedade de conhecidos na região para esconder possíveis materiais suspeitos, enquanto os agentes cumpriam o mandado. Segundo o advogado da família, Fabio Wajngarten, o clã Bolsonaro saiu mais cedo da residência para pescar.
O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) não teria retornado à casa da família, assim como um jet ski, sob alegação de ter um almoço marcado. “Eu vim direto para o local onde tínhamos um almoço”, afirmou Flávio. A informação fez a polícia suspeitar que talvez ele tenha conduzido a embarcação até a casa de conhecidos.
Flávio afirmou que Bolsonaro e os três filhos mais velhos saíram para pescar por volta das 5h30, deixando a casa na vila de Mambucaba. “Eu estava dentro da água quando meu pai me chamou e disse: ‘Sai, que está tendo busca e apreensão na casa do Carlos’. Foi só o tempo da gente arrumar as coisas e voltar”.
Já a versão da PF indica que a família Bolsonaro deixou a residência às 6h30, enquanto os agentes chegaram às 8h40. O deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) teria voltado em um jet ski por volta das 9h30, iniciando as tratativas para Carlos retornar do mar, o que ocorreu por volta das 11hs O ex-presidente voltou com ele.
O advogado da família, Flávio Wajngarten, nega a versão da PF e afirma que por volta das 12h45, quando chegou na residência, Flávio Bolsonaro já estava lá. Ele reitera que eles saíram para o mar antes das 6h.
Segundo Flávio Bolsonaro, há uma “perseguição” contra a família Bolsonaro pela Polícia Federal (PF) e que a operação mais recente contra o vereador Carlos Bolsonaro teve o objetivo de capturar os celulares do próprio vereador, dele, do deputado federal Eduardo Bolsonaro e do ex-presidente Jair Bolsonaro.
“Que saudade daquela Polícia Federal que batia na porta de bandidos em que havia fundamento, subsídios, provas, testemunhas, delações de pessoas que roubaram dinheiro público. Faziam operações para prender quadrilhas de tráfico e traficantes. Agora, para prender opositor político do atual governo?!”, afirmou o senador.
“Eu espero sinceramente que a própria Polícia Federal faça uma autoanálise e internamente expurgue esse pequeno grupo, esse câncer que é a Polícia Federal paralela usada para perseguir opositor político” acrescentou.
Para o senador, integrantes do que chamou de “Polícia Federal paralela” estão acabando com a credibilidade da instituição.




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