PDT ameaça romper com o PSB e ir para Raquel, caso os socialistas não apoiem os trabalhistas no Ceará
- Jason Lagos
- 18 de jan. de 2024
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O PDT mandou sinais ao PSB de que poderá romper a aliança entre os dois partidos no Recife caso não receba apoio em troca na disputa em Fortaleza. As duas cidades estão entre os três maiores colégios eleitorais do Nordeste.
Enquanto a prioridade nacional dos pedetistas é reeleger o prefeito Sarto na capital cearense, a legenda pessebista almeja a renovação do mandato de João Campos no Recife.
A atual vice-prefeita do Recife é Isabella de Roldão (PDT). Inicialmente, o partido mandou sinais de que desejava manter o posto, mas as chances são diminutas. Isso porque o PSB não vê o PDT com a mesma força para emplacar a vice na chapa da tentativa de reeleição de João Campos.
A vaga é disputada pelo PT, partido do presidente Lula, mas esbarra em resistências de João Campos, que quer emplacar um nome do próprio PSB e ter um vice de confiança.
A cobiça pela vice no Recife está mais intensa que o habitual porque o prefeito poderá ser candidato a governador em 2026, se a governadora Raquel Lyra (PSDB) estiver em um cenário adverso e de impopularidade.
Entre os nomes cotados pelo PT estão o deputado federal Carlos Veras e o médico Mozart Sales, auxiliar de Alexandre Padilha no Ministério das Relações Institucionais do governo federal. Pelo PSB, os mais cotados são o presidente da Câmara Municipal, Romerinho Jatobá, e o ex-prefeito Geraldo Julio.
Com a vaga entre PT e PSB, as relações do PSB e do PDT no Recife ficaram fragilizadas. Para piorar a situação, a cúpula do PDT está chateada com a ausência de reciprocidade em Fortaleza.
O atual prefeito Sarto enfrenta dificuldades em manter alianças em meio à perda de espaço do PDT no Ceará, após o rompimento e derrota para o PT nas eleições de 2022 e a briga, desde o segundo semestre de 2023, entre os irmãos Ciro e Cid Gomes.
O senador Cid Gomes está de saída do PDT e acertou a filiação ao PSB, que deve acontecer até o início de fevereiro.
Além da chegada de Cid, outro fator que irrita o PDT é que o PSB cearense é presidido por Eudoro Santana, pai do ministro da Educação e senador licenciado Camilo Santana (PT).
Já o PDT retornou às mãos do grupo do deputado federal André Figueiredo, ligado a Ciro Gomes, após a saída de Cid da presidência.
Em Fortaleza, a tendência é que o PSB esteja no palanque da candidatura do PT. O nome petista na disputa municipal deve ficar entre o presidente da Assembleia Legislativa, Evandro Leitão, recém-filiado ao partido de Lula, e a deputada federal Luizianne Lins.
Em retaliação, o PDT cogita uma aliança com a governadora de Pernambuco, Raquel Lyra (PSDB), que já fez propostas para aliança a Carlos Lupi, presidente da legenda trabalhista.
O partido poderá atrair o deputado federal Túlio Gadêlha (Rede) para disputar a Prefeitura do Recife, se o parlamentar obtiver uma carta de anuência com a liberação por parte da federação Rede/PSOL, o que é considerado difícil pelos próprios aliados do deputado.
Túlio já foi filiado ao PDT até 2022 e agora reabriu diálogos com o PDT, por meio do ministro da Previdência, Carlos Lupi, com quem estava rompido desde 2020, quando o PDT barrou a candidatura a prefeito dele no Recife.
Lupi externou a interlocutores nos últimos dias que o PDT caminha para uma aliança com Raquel Lyra não apenas em 2024, mas também em 2026, nas eleições estaduais.
O ministro alegou a aliados que partiu do próprio PSB ter outras prioridades de composição, inclusive sem ter a preferência para manter com o PDT a vaga de vice.
Raquel Lyra articula para haver múltiplas candidaturas de oposição a João Campos no Recife. Além de Túlio Gadêlha, a gestora defende nos bastidores que o secretário de Turismo de Pernambuco, Daniel Coelho (Cidadania), seja postulante.
A palavra de ordem no entorno da governadora é tentar levar a eleição ao segundo turno no Recife, o que já configuraria uma derrota política a João Campos, tido como favorito para ser reeleito no primeiro turno.




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