PCO volta a criticar STF e defende mulheres processadas pelo 8 de Janeiro
- Jason Lagos
- 5 de out. de 2023
- 2 min de leitura

O PCO (Partido da Causa Operária) criticou os ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) nesta 4ª feira em postagem nas redes sociais.
Na publicação, a legenda chamou os magistrados de “ceifadores” por condenarem as rés Jupira da Cruz Rodrigues e Nilma Lacerda Alves a 14 anos de prisão por participação nos atos extremistas do 8 de Janeiro.
Segundo o partido, defender a “vergonha jurídica dos atos de 8 de Janeiro”, vai resultar que o “STF e o Judiciário, de forma geral, tenham mais poder para perseguir, condenar e encarcerar seja quem for”.
No domingo (1º), o Supremo formou maioria para condenar os réus, conforme os votos do ministro Alexandre de Moraes, relator das ações.
O PCO também afirmou em seu perfil no X (antigo Twitter) que “as perigosas terroristas da terceira idade” vão perder 14 anos de suas vidas por um “julgamento farsesco e virulento” da Suprema Corte.
Segundo o partido, depois de os “ceifadores do STF acabarem com a ameaça terrorista que um funcionário da Sabesp [Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo] e um ambulante oferecem, chegou a vez de encarcerar duas novas ameaças”.
Jupira Silvana da Cruz Rodrigues vive em Betim (MG) e foi presa no interior do Palácio do Planalto. Os advogados dela declararam que “não há nenhuma evidência” de que a acusada tenha participado da depredação.
Segundo a defesa, ela chegou na Esplanada dos Ministérios depois do início da depredação e entrou no Planalto para se proteger das balas de borracha e do gás lacrimogêneo lançados contra os manifestantes que estavam do lado de fora.
Nilma Lacerda Alves, de Barreiras (BA), também foi presa no Palácio do Planalto. A defesa declarou que a ré não participou das depredações e disse que não há provas no processo para justificar a condenação.
O PCO já havia criticado a Corte em setembro. O presidente do partido, Rui Costa Pimenta (foto), chamou o julgamento dos primeiros casos de extremistas presentes no 8 de janeiro de “totalmente absurdo”. Para Pimenta, não houve tentativa de golpe de Estado por parte dos acusados, apenas o que ele chamou de “ato político”.
“Invadir prédio público não é golpe de Estado e nem terrorismo, a não ser que invada com uma força poderosa armada”, disse. O presidente do PCO relembrou a trajetória como militante da esquerda para afirmar que já participou diversas vezes de ações que invadiram prédios públicos e não foram tomadas as medidas nas proporções que se vê agora.
Em 2 de junho de 2022, o ministro do STF Alexandre de Moraes determinou a abertura de inquérito contra o PCO por publicações da sigla na internet. Também mandou bloquear os perfis da legenda nas redes sociais e determinou depoimento de Rui Costa Pimenta.
A investigação aberta pelo ministro é baseada no inquérito das fake news, que apura disseminação de notícias falsas contra a Corte. Moraes também deu 24 horas para que as empresas de redes sociais bloqueassem os perfis e canais do PCO.
A decisão veio depois de publicação no X, em que o partido chamou o ministro de “skinhead de toga” e disse que ele estava em “sanha por ditadura”. O PCO também pediu a “dissolução do STF”.




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