Lula diz que Israel "também está cometendo atos de terrorismo"
- Jason Lagos
- 14 de nov. de 2023
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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) esteve na Base Aérea de Brasília, no final da noite desta segunda-feira (13), para receber os 32 brasileiros resgatados da área de confronto, na Faixa de Gaza.
Na recepção, o presidente condenou os atos do Hamas, mas também não poupou críticas à resposta militar de Israel.
“Se o Hamas cometeu um ato de terrorismo e fez o que fez, o estado de Israel também está cometendo vários atos de terrorismo ao não levar em conta que as crianças e mulheres não tão em guerra. Eles não tão matando só soldados, estão matando junto crianças e mulheres”, disse o presidente.
Mais cedo, durante a sanção da nova Lei de Cotas, em cerimônia no Palácio do Planalto, Lula disse que reação de Israel na Faixa de Gaza é tão grave quanto o ataque “terrorista” do Hamas em 7 de outubro.
As consequências da solução do Estado de Israel são tão graves quanto foram as do Hamas, porque os israelenses estão matando inocentes sem nenhum critério”, disse Lula.
Entidades israelenses criticaram o posicionamento do petista. Em nota, a Confederação Israelita do Brasil (Conib), apontou a fala do presidente Lula como "equivocada e perigosa".
"Desde o começo dessa trágica guerra, provocada pelo mais terrível massacre contra judeus desde o Holocausto, Israel vem fazendo esforços visíveis e comprovados para poupar civis palestinos, pedindo que eles se desloquem para áreas mais seguras, criando corredores humanitários, avisando a população da iminência de ataques. O Hamas, por outro lado, se esconde cínica e covardemente atrás das mulheres e crianças de Gaza. A morte desses civis palestinos é uma arma importante da estratégia do Hamas, uma estratégia que o próprio grupo terrorista reconhece que pratica", apontou.
A Conib ressaltou que "além de equivocadas e injustas, falas como essa do presidente da República são também perigosas ao estimular entre seus seguidores uma visão distorcida e radicalizada do conflito, no momento em que os próprios órgãos de segurança do governo brasileiro atuam com competência para prender rede terrorista que planejava atentados contra judeus no Brasil".
O resgate foi feito no avião da Presidência da República, cedido para a missão. A lista de autorização de saída dos brasileiros e familiares contava com 34 nomes, no entanto, o Itamaraty informou que duas pessoas decidiram permanecer na Faixa de Gaza por motivos pessoais. O grupo que volta ao Brasil é composto por 17 crianças, nove mulheres e seis homens.
A previsão é que os 32 resgatados permaneçam em Brasília por cerca de 48 horas para atendimento médico e psicológico, antes de seguirem em um voo da Força Aérea para São Paulo. No Brasil, eles serão acolhidos e terão a documentação expedida.




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