Lula compara guerra de Israel contra o Hamas com as ações de Hitler contra os judeus
- Jason Lagos
- 19 de fev. de 2024
- 3 min de leitura

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) comparou neste domingo (18) a operação militar de Israel na Faixa de Gaza com o extermínio de judeus realizado por Adolf Hitler na Alemanha nazista.
O chefe do Executivo voltou a dizer que os palestinos estão sendo alvo de um “genocídio” e disse que o Brasil vai defender na ONU (Organização das Nações Unidas) a criação de um Estado palestino.
“O que está acontecendo na Faixa de Gaza com o povo palestino, não existe em nenhum outro momento histórico. Aliás, existiu quando Hitler resolveu matar os judeus”, declarou Lula a jornalistas em Adis Abeba, na Etiópia.
Em reposta à fala de Lula, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, disse que a comparação feita pelo presidente Lula sobre a guerra entre Israel e Hamas e o nazismo é “vergonhosa”.
Segundo o primeiro-ministro israelense, Lula “cruzou uma linha vermelha”. O líder político afirmou que Israel vai continuar lutando pela sua existência e a “garantia do seu futuro”.
“As palavras do presidente do Brasil são vergonhosas e graves. Trata-se de banalizar o Holocausto e de tentar prejudicar o povo judeu e o direito de Israel se defender”, disse Netanyahu.
Por sua vez, o grupo extremista Hamas disse que “aprecia” a declaração do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, comparando Israel com Hitler. “Essa declaração vem no contexto de uma descrição precisa daquilo a que nosso povo está exposto e revela a grandeza do crime sionista cometido com cobertura e apoio aberto do governo norte-americano liderado pelo presidente Biden”, disse o grupo terrorista em comunicado divulgado em seu canal no Telegram.
O presidente do Museu do Holocausto em Jerusalém, Dani Dayan, criticou, neste domingo (18), as declarações do presidente Lula.
Dayan disse que as “vergonhosas palavras do presidente brasileiro Lula da Silva são uma escandalosa combinação de ódio e ignorância”.
Ele afirmou ainda que “é triste que o líder de um país chegue a um ponto tão baixo de distorção extrema do Holocausto”.
Um grupo de mais de 40 deputados federais oposicionistas irá protocolar pedido de impeachment contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, pela fala do chefe do Poder Executivo neste domingo, 18, comparando a guerra de Israel contra os terroristas do Hamas ao Holocausto.
Os deputados citam um trecho da lei que fundamenta os crimes de responsabilidade para justificar o pedido. O texto diz que é crime "cometer ato de hostilidade contra nação estrangeira, expondo a República ao perigo da guerra, ou comprometendo-lhe a neutralidade".
Os parlamentares dizem que a afirmação de Lula é "injustificável, leviana e absurda". "É uma afronta aos judeus, aos descendentes do horror do nazismo e algo que só fomenta o crescimento do antissemitismo no Brasil", diz o texto.
O senador Ciro Nogueira (PP-PI) afirmou que o discurso é uma vergonha e pediu desculpas ao mundo e aos judeus “em nome dos brasileiros”.
“Presidente Lula, comparar o Holocausto à reação militar de Israel aos ataques terroristas que sofreu é vergonhoso. O holocausto é incomparável e não pode ser naturalizado nunca. Em nome dos brasileiros, pedimos desculpas ao mundo e a todos os judeus”, escreveu Nogueira.
O presidente do Novo, Eduardo Ribeiro, considerou a fala de Lula “surreal”.
“A fala surreal de Lula comparando Israel a Hitler vai rodar o mundo ocidental e afundar de vez a imagem do Brasil. Quando a gente acha que ele chegou ao fundo do poço da degradação moral, descobre que o poço dele não tem fundo”, tuitou o dirigente.




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