Lula agradece à África "por tudo o que foi produzido durante 350 anos de escravidão"
- Jason Lagos
- 19 de jul. de 2023
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Na cidade de Praia, capital de Cabo Verde, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou ontem ter gratidão à África "por tudo o que foi produzido pelos 350 anos de escravidão" no Brasil.
Ao lado do presidente de Cabo Verde, José Maria Neves, no país africano, o petista se comprometeu a recuperar a relação com o continente.
"Nós, brasileiros, somos formados pelo povo africano, a nossa cultura, nossa cor, nosso tamanho é resultado da miscigenação entre índios, negros e europeus", disse Lula. "Nós temos uma profunda gratidão ao continente africano por tudo o que foi produzido durante 350 anos de escravidão no nosso país."
Não é a primeira vez que Lula usa combinações infelizes de palavras para se referir ao continente africano. Em novembro de 2003, em uma visita à Namíbia, país no sudoeste africano, ele se disse surpreso com a e beleza e a limpeza da capital, Windhoek.
"Estou surpreso porque quem chega a Windhoek não parecer estar num país africano. Poucas cidades do mundo são limpas e bonitas", declarou, na ocasião. A fala foi apontada como uma das maiores gafes de seu primeiro ano de governo.
À época, a repercussão no movimento negro e entre políticos opositores foi grande. O presidente disse ter sido mal interpretado. "Nem tudo o que nós falamos é entendido do jeito que nós gostaríamos que fosse", afirmou.
O presidente costuma dizer que o Brasil tem uma dívida histórica com países africanos por causa da escravidão. Lula disse que a "forma de pagamento" possível é investimento em tecnologia, formação e ajuda na industrialização e no setor agrícola da África.
Em discurso, o brasileiro também falou sobre a pretensão de abrir embaixadas do Brasil em países africanos que ainda não têm "O Brasil tem potencial de ajudar o continente africano em muitas atividades", acrescentou.
Créditos: Estadão




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