Joaquim Neto é demitido do IPA e será substituído pela secretária de Agricultura
- Jason Lagos
- 29 de fev. de 2024
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Joaquim Neto, ex-prefeito de Gravatá e pré-candidato a voltar ao cargo, foi demitido da presidência do IPA (Instituto Agronômico de Pernambuco), que ocupava desde o início do governo.
A governadora Raquel Lyra nomeou para seu lugar a agrônoma Ellen Viégas, que ocupava a Secretaria de Desenvolvimento Agrário, Agricultura, Pecuária e Pesca.
A troca no IPA será publicada no Diário Oficial do Estado desta quinta-feira, informou o governo.
Entre outras dores de cabeça que causou à governadora Raquel Lyra, de cujo partido, o PSDB, é um dos filiados, Joaquim Neto contratou sem licitação, por R$ 610 mil, um hotel de Gravatá para confraternização de fim de ano do IPA. Um telefonema irritado da governadora cancelou a contratação.
Além disso, ele vinha sendo acusado de assédio moral por pesquisadores do Instituto, alguns dos quais transferidos sem justificativas técnicas da Estação Experimental de Itapema, em Goiana, para a sede, no bairro do Bongi, no Recife.
Joaquim Neto também mantinha nos quadros do IPA, com salário de R$ 3.853,76 o funcionário comissionado José Fábio da Silva, que nada mais é do que o locutor Zé do Povo, que comanda um programa matinal de grande audiência em Gravatá na sua emissora de rádio, a Nova FM.
No meio político a permanência de Joaquim Neto a frente do IPA já era vista como insustentável devido a uma série de queixas por parte de deputados estaduais. O Governo do Estado não informou o destino de Joaquim na administração estadual.
Em dezembro do ano passado, o deputado estadual Abimael Santos (PL) apresentou, no plenário da Alepe, várias denúncias contra Joaquim Neto.
O parlamentar relatou que, há alguns meses, cobrou do gestor a conclusão de obras paradas de poços artesianos no Agreste, iniciadas no governo anterior. Mas a resposta que obteve na ocasião foi a de que não havia recursos disponíveis.
Da tribuna, o deputado questionou o custo de R$ 1 milhão de uma feira sobre agricultura familiar realizada pelo instituto, e a intenção de gastar R$ 600 mil em uma confraternização – evento que acabou sendo cancelado.
Abimael Santos também disse ter recebido denúncias sobre a contratação, sem licitação, de uma empresa para realizar exames médicos periódicos, sendo que o IPA já conta com um serviço próprio de medicina do trabalho.
Ele lembrou do recente acidente de carro envolvendo funcionários do órgão de Petrolina, no Sertão do São Francisco, que foram obrigados a ir para o Recife realizar esses exames, e resultou na morte de um servidor e deixou outros três feridos.
Além de agrônoma, a nova presidente do IPA, Ellen Viégas, tem mestrado e doutorado em Ciência e Tecnologia de Alimentos pela Universidade de São Paulo (USP), e é professora adjunta da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE).



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