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Israel está ganhando a guerra de Gaza mais depressa do que o esperado - Por Vilma Gryzinski

  • Foto do escritor: Jason Lagos
    Jason Lagos
  • 16 de nov. de 2023
  • 3 min de leitura

Todo mundo se considera autorizado a dizer a Israel como travar a guerra de Gaza, inclusive os mal intencionados que pedem um cessar fogo, mas querem mesmo é dar ao tempo ao Hamas para se recuperar.


E há muito a ser recuperado: o grupo terrorista está sendo arrasado.


Uma das verdades incontestadas antes da guerra, era que o preço de uma operação para tomar o controle total do território era alto demais. Um general da reserva das Forças de Defesa de Israel, chegou a prever 700 baixas. Conselheiros americanos falavam num “banho de sangue”.


O 7 de Outubro mudou tudo, estabelecendo um consenso praticamente unânime em Israel de que jamais poderia se repetir uma situação similar à das campanhas anteriores, em que o Hamas sofria perdas pesadas e continuava onde sempre esteve. Se o preço a pagar fosse alto para obliterar a organização responsável pela matança indiscriminada e de uma crueldade jamais vista, seria assumido.


Até agora – e com todos os condicionantes que a situação exige -, tem acontecido o contrário: as Forças de Defesa de Israel estão sofrendo menos baixas – 48 até ontem – e avançando mais depressa do que o previsto, mesmo dentro da doutrina de privilegiar a cautela para proteger seu pessoal.


Sob o peso de palavras que todos sentem, mas poucos dizem em público, vergonha e humilhação pelo despreparo no 7 de Outubro, o ministro da Defesa, Yoav Gallant, se permitiu um momento de triunfo: “O Hamas perdeu o controle sobre Gaza”, disse.


Fotos de alto teor simbólico ilustraram isso, uma na sede do Legislativo – obviamente uma paródia de parlamento, visto que o regime é ditatorial – e outra no QG da polícia militar, com soldados levando nas mãos a bandeira de Israel e da brigada Golani, tradicional ponta de lança. As instalações centrais do governo também foram tomadas e até o hospital usado como um dos centros de comando da organização.


O Hamas não tem um contingente capaz de parar as FDI. As FDI estão avançando em todas as frentes. Os terroristas estão fugindo para o sul, civis estão saqueando bases do Hamas. Não têm confiança no governo”, disse Gallant.


Dizer que as coisas vão indo bem, mesmo quando o oposto acontece, faz parte da guerra da informação, mas Gallant tem uma responsabilidade enorme perante a opinião pública israelense, traumatizada e nada disposta a aliviar para um governo no qual a maioria não confia.


Escrevendo no Telegraph, o analista militar Richard Kemp, coronel da reserva do Exército britânico, antecipou a avaliação do ministro israelense: “As FDI ultrapassaram as expectativas de seus próprios comandantes com a rapidez e a extensão da destruição do Hamas. Isolaram Gaza e estão atacando os redutos terroristas, matando grande número de combatentes, incluindo comandantes importantes, destruindo postos de comando e tendo acesso a informações preciosas, enquanto suas forças sofrem menos baixas do que o previsto”.


Isso tudo contra um inimigo que sabia exatamente qual seria a reação ao massacre de civis israelenses e se preparou para ela, tendo a vantagem de conhecer o terreno e estar na defesa num teatro de operações urbano, o mais difícil que existe para forças invasoras.


Quanto mais o Hamas se enfraquecer, menos constantes serão os bombardeios que, numa das realidades mais terríveis da guerra, fazem vítimas entre a população civil. É aí que está uma das maiores vulnerabilidades de Israel: o sofrimento dos não combatentes aumenta as pressões políticas por um cessar-fogo. Emmanuel Macron, por exemplo, já tentou até assinar a rendição em nome de Israel. Depois se desdisse, sustentando que nunca, jamais havia pretendido cometer a sordidez de equiparar as ações terroristas do Hamas com um exército em combate com forças misturadas deliberadamente com a população civil.


Existe uma quantidade enorme de variáveis no quadro político-militar, inclusive a entrada em cena em grande escala de outros atores, como o Hezbollah no Líbano.


Todos os envolvidos sabem disso. Israel não planejou uma operação relâmpago, um ataque fulminante com grande possibilidade de baixas entre suas forças e a população civil, mas está avançando de forma consistente. O que virá depois é outra conversa.


Texto de autoria de Vilma Gryzinski, publicado pela Revista Veja em 15/11/2023

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