Governo brasileiro entra em alerta com risco de possível volta de Trump à Casa Branca
- Jason Lagos
- 4 de nov. de 2024
- 2 min de leitura

Integrantes do governo brasileiro acompanham com preocupação a possibilidade de Donald Trump retornar à Presidência dos Estados Unidos, preparando-se para um cenário que pode trazer novas tensões entre os dois países.
Uma vitória republicana nas próximas eleições americanas pode intensificar divergências em temas sensíveis. Na última sexta-feira (1º), Lula expressou abertamente sua torcida por Kamala Harris, vice-presidente dos Estados Unidos, ao falar sobre o avanço de ideologias extremistas em nível global, associando uma possível vitória de Trump ao que vê como uma "nova face do nazismo e fascismo no mundo".
Para a diplomacia brasileira, um dos pontos mais críticos com Trump seria a interrupção de cooperação ambiental. Em seu primeiro mandato, o republicano retirou os Estados Unidos do Acordo de Paris e favoreceu a indústria de combustíveis fósseis, que hoje apoia financeiramente sua campanha.
Outro ponto de atenção é a proximidade de Trump com Elon Musk, dono da plataforma X (antigo Twitter) e um dos principais financiadores do ex-presidente americano. Recentemente, Musk teve atritos com o ministro Alexandre de Moraes e seu apoio a Trump deve reforçar essa aliança.
Analistas de política internacional apontam que, na América Latina, Trump provavelmente buscará novos aliados, como Javier Milei, presidente eleito da Argentina, e Nayib Bukele, presidente de El Salvador. No entanto, isso pode vir acompanhado de uma política mais agressiva no Oriente Médio, onde Israel, liderado por Binyamin Netanyahu, poderia ver-se ainda mais encorajado em ações contra Gaza e o Líbano.
Outro ponto de tensão é a relação de Trump com Vladimir Putin, líder russo que Lula defende como peça-chave para uma solução de paz no conflito ucraniano. Caso eleito, Trump já declarou que reduziria o apoio militar e financeiro à Ucrânia.
Em um cenário de vitória de Kamala Harris, o governo brasileiro espera uma continuidade das políticas de Biden. Contudo, a complexidade da eleição americana leva a diplomacia brasileira a adotar uma postura pragmática, mantendo pontes de diálogo com ambos os lados até que o resultado seja decidido.
Créditos: Folha SP
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