EUA chamam Alexandre de Moraes de "tóxico" e alertam sobre "agir com máxima cautela"

Alexandre de Moraes recebeu sanção dos EUA, com aplicação da Lei Magnitsky, em 30 de julho

O governo dos Estados Unidos chamou o ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), de "tóxico" e afirmou que nenhum tribunal estrangeiro pode anular decisões do país norte-americano.

As declarações foram publicadas no X (antigo Twitter) pelo Escritório de Assuntos do Ocidente e pela Embaixada dos EUA no Brasil. Os posts dizem que "Alexandre de Moraes é tóxico para todas as empresas legítimas e indivíduos que buscam acesso aos Estados Unidos e seus mercados".

A administração de Donald Trump reafirma que os cidadãos americanos estão proibidos de manter qualquer relação comercial com o ministro do Supremo.

As declarações vêm no mesmo dia em que Moraes teve uma entrevista publicada no jornal The Washington Post. Ao jornal norte-americano, o ministro afirmou que não vai "recuar um milímetro sequer" em relação ao processo contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e outros réus da ação do plano de golpe.

"Faremos o que é certo: receberemos a acusação, analisaremos as evidências e quem tiver de ser condenado será condenado. Quem tiver de ser absolvido será absolvido", disse Moraes.

A entrevista do ministro é vista como uma tentativa de mandar um recado ao povo norte-americano e ao presidente Trump, já que são raras declarações de Moraes aos jornais do Brasil.

Alexandre de Moraes recebeu sanção dos EUA, com aplicação da Lei Magnitsky, em 30 de julho. Nesta segunda-feira (18), o ministro Flávio Dino decidiu que, no Brasil, a aplicação de leis estrangeiras deve passar por homologação da Justiça brasileira.

Autoexilado nos Estados Unidos, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) avaliou que a decisão de Dino “ajuda” seu trabalho junto ao governo Trump por sanções a autoridades brasileiras. O filho 03 de Jair Bolsonaro previu ainda que Trump deverá responder à decisão do ministro do Supremo nas próximas horas.

Já o advogado de Donald Trump, Martin De Luca avaliou que a decisão de Flávio Dino repete tentativas da Venezuela e da China de contornar as restrições adotadas pela Casa Branca.

Confira a íntegra da publicação da Embaixada dos EUA no Brasil.

- Alexandre de Moraes é tóxico para todas as empresas legítimas e indivíduos que buscam acesso aos Estados Unidos e seus mercados. Nenhum tribunal estrangeiro pode anular as sanções impostas pelos EUA ou proteger alguém das severas consequências de descumpri-las.

- Pessoas e entidades sob jurisdição dos EUA estão proibidas de manter qualquer relação comercial com ele. Já aquelas pessoas e entidades fora da jurisdição americana devem agir com máxima cautela: quem oferecer apoio material a violadores de direitos humanos também pode ser alvo de sanções.

Créditos: CNN Brasil, Metrópoles e X (antigo Twitter)