Em ato na Paulista, Bolsonaro nega tentativa de golpe e pede anistia a presos do 08 de Janeiro
- Jason Lagos
- 26 de fev. de 2024
- 2 min de leitura

O ex-presidente Jair Bolsonaro reuniu centenas de milhares de apoiadores na Avenida Paulista, em São Paulo, neste domingo, 25, em uma tentativa de mostrar apoio popular em meio às investigações contra ele.
A manifestação também contou com a presença de diversos aliados políticos do ex-capitão, como os governadores Tarcísio de Freitas (SP), Romeu Zema (MG), Ronaldo Caiado (GO) e Jorginho Mello (SC), além do prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes.
O ato teve discursos do próprio Bolsonaro, de Michelle Bolsonaro, de Silas Malafaia e de Tarcísio, entre outros. Em sua fala, o ex-presidente se disse vítima de perseguição, negou qualquer tentativa de golpe e falou sobre a chamada minuta golpista.
Ele também classificou o documento que circulou em seu governo com instruções para anular o resultado das eleições – que ficou conhecido como “minuta do golpe” – era apenas um decreto de estado de defesa que não poderia ser instituído sem autorização do Parlamento.
Além de negar a conspiração para um golpe de Estado, Bolsonaro fez um apelo ao Congresso por um projeto de anistia aos presos por participação nos atos de 8 de janeiro de 2023, quando centenas de manifestantes invadiram e destruíram os prédios dos Três Poderes, em Brasília.
“Quem porventura depredou o patrimônio, que nós não concordamos com isso, que pague, mas essas penas fogem ao mínimo da razoabilidade”, afirmou. O ex-presidente evitou ataques diretos ao STF em sua fala.
Em declaração à imprensa, Tarcísio afirmou: “Eu confio muito no Bolsonaro e a gente está aqui para dizer: ‘Estamos com ele'”. Já Nunes chamou a manifestação de “um ato de democracia”.
Seguindo a recomendação do ex-presidente, os apoiadores evitaram levar cartazes com ataques ao Supremo Tribunal Federal e ao ministro Alexandre de Moraes.
Por outro lado, um dos filhos do ex-presidente, o senador Flávio Bolsonaro, classificou o inquérito que mira Bolsonaro como “um grande teatro” e criticou a atuação do magistrado.
“Ele faz tudo: ele investiga, ele determina as diligências, ele vai julgar e ele já vai condenar. É triste isso, é um grande sintoma de que a democracia não está saudável no Brasil hoje”, disse Flávio.
Silas Malafaia, um dos organizadores do evento, também criticou por diversas vezes Moraes em seu discurso na manifestação. Já no fim de sua fala, o pastor se virou para Bolsonaro e disse: “Se eles te prenderem, você vai sair de lá exaltado”.
O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, usou seu discurso para exaltar o legado do governo Bolsonaro, do qual foi ministro da Infraestrutura.
Tarcísio destacou medidas tomadas na gestão do ex-presidente, como o auxílio emergencial e a implementação do Pix, e fez uma fala com forte tom presidenciável, apesar de ter negado que vá disputar o Planalto em 2026.




Comentários