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Decisão de Gilmar Mendes sobre impeachment de ministros do STF reacende crise com Congresso

  • Foto do escritor: Jason Lagos
    Jason Lagos
  • 4 de dez.
  • 3 min de leitura

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A medida ainda precisa ser votada em plenário virtual no STF entre 12 e 19 de dezembro


A decisão do ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que restringe à Procuradoria-Geral da República (PGR) o poder de denunciar ministros da Corte ao Senado por crimes de responsabilidade, reacendeu a crise entre o Judiciário e o Congresso. A medida provocou reação imediata entre parlamentares e deve desencadear propostas em retaliação ao Supremo caso não seja revertida.


O presidente do Senado, Davi Alcolumbre, fez um duro pronunciamento nesta quarta-feira ao criticar a decisão do ministro. Segundo o presidente do Senado, revisões dessa natureza não podem ocorrer por meio de decisão individual de um ministro. Ele lembrou que leis aprovadas pelo Congresso e sancionadas pelo Executivo não devem ser alteradas unilateralmente pelo Judiciário. Alcolumbre também citou projetos em tramitação no Senado que tratam do marco legal dos crimes de responsabilidade e das decisões monocráticas.


O tema, agora, seguirá para análise do plenário virtual do Supremo, enquanto o Senado promete resposta política e legislativa caso a limitação seja mantida.


A decisão dessa quarta-feira (3) é uma liminar (medida cautelar) e está em vigor, mas ainda depende de referendo do plenário do STF. A oposição reagiu rapidamente, sendo a primeira a se manifestar e protocolar propostas com o objetivo de anular o ato de Gilmar Mendes.


A prerrogativa de apresentar a denúncia no Senado, responsável por analisar impeachment de ministros do STF, passa a ser exclusiva do Procurador-Geral da República (PGR); anteriormente, qualquer cidadão poderia apresentar a denúncia.


O quórum necessário para o Senado receber a denúncia (iniciar o processo) passa a ser de dois terços (2/3) dos senadores; antes da liminar, bastava a maioria simples dos senadores.


Ficam suspensas regras que previam o afastamento automático do ministro de suas funções e o corte de um terço (1/3) de seus vencimentos após a admissão da denúncia.


O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), em um ato raro, cancelou a sessão da Casa em retaliação ao Supremo, disseram aliados.


Líder do governo no Congresso, Randolfe Rodrigues (PT) reagiu à decisão do ministro Gilmar Mendes. Para Randolfe, a medida atinge diretamente as prerrogativas constitucionais do Senado e “agride” o papel institucional da Casa.


O Advogado-Geral da União (AGU), Jorge Messias, apresentou uma manifestação em que solicita que Gilmar reconsidere a própria decisão. Messias, indicado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para o STF, articula no Senado sua sabatina, mas ela está sem data definida desde que o presidente da Casa, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), a cancelou.


A indicação de Messias provocou outra crise institucional, desta vez entre governo e Congresso. Alcolumbre queria que Lula indicasse seu aliado, senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG), para a vaga aberta com a aposentadoria do ex-ministro Luís Roberto Barroso.


O Congresso acumula propostas para reduzir o poder do Supremo. Nessa quarta-feira (3/12), mesmo dia da decisão de Gilmar Mendes, a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara aprovou a redação final do PL nº 3640/2023, que cria regras para decisões monocráticas no STF.


Pela proposta, decisões tomadas unilateralmente por um ministro do STF em algumas ações terão de ser justificadas e submetidas ao plenário ou à turma na sessão seguinte.


O texto também restringe quem pode propor ações de constitucionalidade: só partidos que alcançarem a cláusula de barreira poderão fazê-lo, em vez de qualquer legenda com representação no Congresso, como é hoje. Isso impede que partidos nanicos possam recorrer ao Supremo. O texto segue para o Senado.


Há também a PEC nº 8/2021, que limita as decisões monocráticas (individuais) dos ministros do STF e de outros tribunais superiores. O texto foi aprovado pelo Senado em novembro de 2023 e pela CCJ da Câmara em outubro de 2024.


Outra PEC que pode retornar à discussão é a que dá à Câmara e ao Senado o poder de sustar decisões de magistrados que “ultrapassem o exercício adequado da função jurisdicional”. Para anular o ato, o texto exige o voto de dois terços dos integrantes de cada Casa Legislativa.


Com o objetivo de que ambas as propostas avancem, Motta precisaria criar comissões especiais para analisá-las.


Nesta quarta-feira (3), foi protocolada na Câmara uma PEC redigida por Nikolas Ferreira (PL), que prevê a obrigatoridade da abertura de processos de impeachment de ministros do STF, pelo presidente do Senado, caso o número de assinaturas no requerimento seja igual ou maior a três quintos dos 81 senadores.



Créditos: Metrópoles

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