Datafolha mostra Lula com 28% de aprovação e 40% de desaprovação; Ipec mostra números ainda piores
- Jason Lagos
- 12 de jun.
- 3 min de leitura

O movimento de recuperação na avaliação do presidente Lula (PT) foi interrompido, aponta nova pesquisa do Datafolha. Segundo o instituto, reprovam o petista 40%, ante 28% que o aprovam — mantendo, em relação ao índice de ruim ou péssimo, o pior patamar registrado pelo petista em seus três mandatos.
Na rodada anterior, no começo de abril, 38% reprovavam Lula, ante 29% que o julgavam ótimo ou bom. Era uma boa notícia para o governo, diante da sangria registrada no tombo de fevereiro, quando o Datafolha havia aferido de reprovação e 24% de aprovação. O principal fato político de lá para cá foi a crise do INSS que tem amplo impacto na imagem do governo.
Agora, as curvas voltam a se inverter, dentro da margem de erro de dois pontos percentuais de todo modo. O índice daqueles que veem o trabalho do presidente como regular passou de 32% nos levantamentos anteriores para 31% agora. Não souberam avaliar 1% dos entrevistados.
A margem de erro da pesquisa é de dois pontos para mais ou menos. O Datafolha ouviu 2.004 eleitores em 136 municípios do país nesta terça (10) e quarta-feira (11).
O Datafolha também questionou os entrevistados se eles aprovam ou desaprovam o trabalho de Lula como presidente. O índice dos que aprovam é de 46% (eram 48% em abril), e o dos que desaprovam é de 50% (eram 49%). O cenário aqui também é de estabilidade dentro da margem de erro.
A situação do governo se complicou de vez a partir do dia 23 de abril, quando a Operação Sem Desconto da Polícia Federal revelou que cerca de R$ 6 bilhões foram desviados na forma de descontos ilegais de aposentadorias para favorecer entidades ligadas a políticos.
A crise derrubou o ministro Carlos Lupi (Previdência Social) e colocou instâncias do governo apontando o dedo uma para outra. Na prática, a corrosão de imagem já estava em curso, particularmente nos segmentos usualmente mais simpáticos a Lula.
Os números mostram a dificuldade de o governo Lula-3 em lidar com crises. A queda abrupta de avaliação registrada de dezembro para fevereiro, quando o ótimo/bom do presidente foi de 35% para 24%, ocorreu em meio aos erros acerca do anúncio da fiscalização do Pix, que obrigaram a Fazenda a recuar da medida.
De lá para cá, Lula trocou o comando de sua comunicação, colocando o marqueteiro Sidônio Palmeira à frente dela. Parecia ter dado algum resultado na pesquisa passada, mas o impacto do INSS parece difícil de mitigar, ainda que parcialmente.
Houve outros episódios envolvendo a imagem do governo, como quando a primeira-dama Janja da Silva causou incômodo durante viagem à China ao interpelar o líder Xi Jinping acerca do TikTok, e no vaivém da elevação do IOF.
Uma outra pesquisa, a Ipsos-Ipec, divulgada nesta quinta-feira (12) aponta que 43% dos brasileiros avaliam o governo do presidente Lula como ruim ou péssimo, e 25% como bom ou ótimo. Outros 29% consideram o governo Lula 3 como regular e 2% não sabem ou não responderam.
É a segunda vez no terceiro mandato do petista que o instituto aponta a que a avaliação negativa supera a positiva. Segundo o instituto, a pesquisa mostra estabilidade em relação ao mês de março, mas com piora dos números dentro da margem de erro, e "reforça a dificuldade do governo em melhorar a sua popularidade".
Créditos: Folha de SP e G1




Comentários