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Com ida à África, Lula se aproxima do 20º destino internacional em menos de sete meses

  • Foto do escritor: Jason Lagos
    Jason Lagos
  • 20 de ago. de 2023
  • 2 min de leitura

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva embarca, neste domingo, para a Cúpula dos Brics na África do Sul — o próximo compromisso de sua movimentada agenda internacional neste começo de mandato.


Desde que chegou ao Palácio do Planalto pela terceira vez, em janeiro deste ano, Lula elegeu a política externa como uma prioridade, passando por 16 países em pouco mais de sete meses, e ao fim da ida à África serão pelo menos 19.


Além do encontro na África do Sul, que acontece de terça a quinta-feira, o presidente também fará uma visita de Estado a Angola e participará da cúpula da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, em São Tomé e Príncipe.


O retorno à cena internacional, contudo, coabita com saias-justas que vão da Venezuela à guerra na Ucrânia, razão de desconfortos entre o petista e o presidente do Chile, o também esquerdista Gabriel Boric.


Na primeira passagem pelo continente africano, em julho, Lula afirmou em Cabo Verde que o Brasil tem "profunda gratidão ao continente africano por tudo que foi produzido durante 350 anos de escravidão”.


As escorregadas de Lula ocorrem principalmente nas geralmente longas entrevistas coletivas que dá ao fim de cada viagem. Durante uma coletiva na cúpula entre a União Europeia (UE) e a Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac), em Bruxelas, também em julho, o alvo foi Gabriel Boric, do Chile.


Boric criticara as negociações sobre a declaração final da cúpula porque “alguns não querem dizer que a guerra é contra a Ucrânia”. Em sua mira estavam países latino-americanos que impediram uma menção à Rússia e sua “guerra de agressão imperialista” contra o país de Volodymyr Zelensky.


Em referência ao chileno, Lula afirmou que, quando era mais novo, tinha “pressa” tal qual o colega, mas que com o tempo aprendeu que há muitos interesses em jogo.


As divergências entre a dupla também se estendem à Venezuela, frente às diversas declarações e acenos de Lula que foram entendidos como pró-Caracas.


Com uma boa relação histórica com o chavismo, o presidente recebeu o presidente Nicolás Maduro em Brasília em maio, para um retiro de chefes de Estado na região e afirmou que a Venezuela é “vítima” de “uma narrativa de antidemocracia e autoritarismo”.


Outro impasse regional que causa dor de cabeça para o presidente é o acordo UE-Mercosul, que ficou escanteado na Bélgica diante da dificuldade de avanços significativos.


As demandas ambientais no adendo apresentado pelos europeus, vistas como protecionistas pelos sul-americanos, e os termos sobre compras governamentais devem ser rebatidas em uma contraproposta a ser apresentada daqui a “duas ou três semanas”, disse Lula.


A guerra da Ucrânia também é uma fissura entre brasileiros e os europeus, com o presidente se recusando a aderir à enxurrada de sanções e a enviar armas para Kiev.


Apesar de ter votado na Assembleia Geral da ONU para condenar a Rússia pela invasão, o Brasil adota uma posição de neutralidade no conflito, projetando-se como um possível mediador e vendendo a ideia de um clube da paz de nações sem interesses na disputa.


O desencontro de Lula e Zelensky durante a passagem dos dois pelo Japão na cúpula do G7, para a qual foram convidados, levantou dúvidas sobre a capacidade brasileira de fazer tal articulação, apesar de o assessor especial da Presidência, Celso Amorim, ter visitado Moscou e Kiev.

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