Carlinhos da Cohab denuncia endereço falso de empresa que reformou a Câmara; Capilé diz apoiar CPI
- Jason Lagos
- 26 de abr. de 2023
- 2 min de leitura

Um fato novo, divulgado pelo vereador Carlinhos da Cohab nesta terça-feira (25), fez aumentar as desconfianças a respeito do processo de reforma da Câmara Municipal de Vereadores, cuja ordem de serviço foi assinada pelo então presidente da Casa, o vereador Capilé, no dia 12 de abril de 2022.
O vereador situacionista divulgou um vídeo gravado defronte ao endereço formal da sede da empresa Neves Ferreira Serviços de Engenharia, no Bairro Novo, em Olinda, na rua Maria Ramos, nº 113. Entretanto, a empresa não funciona em tal endereço, conforme atestou no vídeo o militar aposentado Juarez Roque, que mora com a esposa no local.
Por meio de uma nota de esclarecimento, Josembergue Ferreira, que se identifica como engenheiro civil e responsável pela Empresa Neves Ferreira Engenharia, afirmou que esteve ontem pela manhã, com o vereador Carlinhos da Cohab, com o qual conversou por cerca de 40 minutos.
Com relação ao endereço do Bairro Novo, Josembergue disse que o prédio é seu, e que a empresa saiu de lá em fevereiro passado, após realizar trabalhos de pintura e alugar o local ao atual morador, no mês de março.
Segundo Josembergue, a empresa está adotando um novo modelo administrativo, terceirizando setores tais como orçamento, contabilidade e outros, e que cada obra conta com uma estrutura específica de suporte. Disse ainda que, no momento, a empresa está sediada no bairro da Jaqueira, em Recife, e que ficou surpreso com a atitude do vereador Carlinhos da Cohab, "apesar de todos esclarecimentos".
O endereço denunciado por Carlinhos da Cohab está registrado na Junta Comercial de Pernambuco (JUCEPE) como sendo o da sede da empresa vencedora do processo de licitação da reforma da Câmara, e consta também no próprio processo de licitação, orçado inicialmente em R$ 194.600,00. O valor final, pago à empresa, ficou em R$ 490.357,51.
De acordo com a legislação pertinente, o contrato poderia ser aditado em até 50% do valor total, o que somaria R$ 291.900,00. Percentualmente, houve um acréscimo superior a 250% em relação ao contratado.
Na noite da segunda-feira (24), participando do programa Independente, no Santa Cruz Online, o vereador Capilé disse o seguinte: “Não fiz nada irregular. Por mais que a gente tenha essa dúvida, se ultrapassou ou não, foram feitas algumas alterações que enalteceu os custos do projeto, a exemplo do projeto arquitetônico, sonoro, elétrico, dos móveis. Por isso fomos de R$ 194 mil para quase R$ 500 mil, mas dentro da regularidade, não fizemos nada ilegal”, afirmou o parlamentar, admitindo que não foi realizado um novo processo licitatório, mas apenas houve aditivos ao contrato original. Quanto à provável abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar as suspeitas de superfaturamento, Capilé disse que apoiaria uma eventual decisão da Câmara neste sentido.




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