Brasileiro vê piora na economia, na inflação e no desemprego
- Jason Lagos
- 27 de mar. de 2024
- 2 min de leitura

A cada dia, mais brasileiros consideram que a economia no país teve piora nos últimos meses. Houve aumento naqueles que veem mais inflação e desemprego à frente e também aqueles que percebem piora em sua situação econômica pessoal.
Os dados vêm de pesquisa do Datafolha, realizada nos dias 19 e 20 de março, e coincidem com uma oscilação negativa de três pontos na taxa de reprovação do presidente Luiz Inácio lula da Silva (PT), de 30% para 33%, em relação a pesquisa realizada em dezembro.
O levantamento ouviu 2.002 eleitores em 147 municípios. A avaliação de que a economia piorou de dezembro para cá cresceu de 33% para 41%. Com isso, a taxa dos que veem piora ultrapassou a dos que vinham percebendo melhora, que recuou de 33% para 28% no período. Algumas análises consideram que a perda de popularidade de Lula pode estar relacionada a falas polêmicas recentes mais revezes no Congresso.
A atual pesquisa sugere que a paralisia da economia nos últimos dois trimestres de 2023 (o Produto Interno Bruto não cresceu nas comparações com trimestres anteriores) e a lenta recuperação neste início de 2024 podem ter pesado mais. Podem ter influenciado o resultado a alta nos preços dos alimentos no início do ano, provocado por condições climáticas adversas nas regiões produtoras do Centro-Oeste e Sul do país.
O preço da comida pode ter ofuscado algumas boas notícias desse princípio de 2024, com alta no volume de serviços (+0,7% em janeiro sobre dezembro) e a criação, no primeiro mês do ano, de 180,3 mil novas vagas formais de emprego, acima do esperado.
Entre os eleitores de Lula no segundo turno da eleição presidencial de 2022, 16% veem piora no cenário econômico do país, com oscilação em relação ao levantamento anterior (13%). Entre eleitores de Bolsonaro (PL), essa percepção saltou de 59% para 69%.
Na avaliação sobre a situação econômica pessoal, caiu de 35% para 28% o índice dos que apontam melhora, e oscilou de 26% para 28% a percepção de piora. Para 44%, a situação ficou estável (eram 38% em dezembro). Na comparação com dezembro de 2023, há menos brasileiros otimistas e mais pessimistas tanto em relação ao futuro econômico do Brasil quanto o seu próprio.
A expectativa de que a economia vai melhorar nos próximos meses caiu de 47% para 39% com alta de 22% para 27% na tendência contrária, de piora econômica. Uma parcela de 32% vê estabilidade (em dezembro, 29%), e 2% não opinaram.
As expectativas sobre inflação, desemprego e poder de compra também ficaram mais pessimistas. Seis em cada dez (60%) dos brasileiros preveem que a inflação irá aumentar daqui pra frente, ante 51% em dezembro passado. Para 14%, a inflação irá cair (eram 19%), 23% avaliam que ficará igual (em dezembro, 27%) e 3% não opinaram.
O índice de expectativa de alta da inflação atual é o mais alto desde junho de 2022, quando estava em 63%. A previsão de alta no desemprego é compartilhada por 46%, em alta na comparação com dezembro (39%).
Créditos: UOL
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