Após recuo, governo Lula vive clima de "ressaca do Pix"

O clima no Palácio do Planalto é de tensão e preocupação. Após o recuo nas mudanças propostas para a fiscalização do Pix, membros do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) avaliam que o episódio representou um dos momentos mais desafiadores da atual gestão. O episódio, apelidado nos bastidores de "ressaca do Pix", expôs fragilidades na estratégia de comunicação e acendeu um alerta sobre os próximos passos do governo.

A gestão enfrentou uma avalanche de críticas após anunciar alterações no uso do Pix, enfrentando a viralização de conteúdos como o vídeo do deputado Nikolas Ferreira (PL-MG). A postagem ganhou grande repercussão, com mais de 300 milhões de visualizações nas redes sociais.

Internamente, membros do governo admitem que a crise do Pix foi amplificada por erros de planejamento. A falta de uma estratégia eficaz para rebater críticas, somada à subestimação da reação popular, transformou o episódio em uma "derrota total". A percepção é de que o Planalto tem agido de forma reativa, em vez de proativa, o que dificulta o avanço da agenda governamental.

"Já havia uma avaliação entre petistas de que a decisão não tinha medido o impacto político", revelou uma fonte próxima ao Planalto. A situação piorou com a viralização do vídeo de Nikolas Ferreira.

Agora derrubadas, as regras da Receita Federal sobre fiscalização financeira determinavam que uma pessoa física precisava ter só 1 mês com movimentação acima de R$ 5.000 para entrar no radar do Fisco pelos meses seguintes. As normas incluíam meios como Pix e cartão em instituições de pagamento.

Créditos: UOL e Poder360