Alexandre de Moraes adia visita de Tarcísio a Bolsonaro em meio a pressão por anistia
- Jason Lagos
- 16 de set.
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O ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), autorizou nesta segunda-feira (15) que o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), só visite o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em sua prisão domiciliar em 29 de setembro.
A agenda frustrou a expectativa dos dois políticos. Eles pediram ao Supremo que o encontro fosse autorizado para terça-feira (16), em meio à nova pressão de bolsonaristas pela anistia geral que perdoaria Bolsonaro dos supostos crimes contra a democracia.
O argumento no Supremo é que a agenda de Bolsonaro está cheia até o fim do mês. O ex-presidente receberia o líder do PL no Senado, Carlos Portinho (RJ), nesta terça (16). A defesa do ex-presidente comunicou ao gabinete de Moraes na noite de ontem que o senador está em viagem internacional e não visitará mais Bolsonaro. A tentativa de abertura da agenda, porém, não foi suficiente para o ministro do Supremo antecipar a agenda com Tarcísio.
Tarcísio chegou a cancelar sua viagem a Brasília nesta segunda. Um novo voo só seria marcado com a certeza de que teria autorização para encontrar Bolsonaro.
A decisão do ministro foi tomada uma semana após Tarcísio fazer ataques contra Moraes em discurso na avenida Paulista, chamando-o de “ditador” e “tirano”. Foi o discurso mais forte do governador contra o ministro do Supremo.
A visita de Tarcísio vinha sendo articulada pelo governador com aliados do ex-presidente para a semana seguinte à condenação de Bolsonaro a 27 anos de prisão pela tentativa de um suposto golpe de Estado.
Um dos principais assuntos que seriam tratados no encontro, segundo aliados do governador, era o avanço do projeto de lei que concede anistia aos condenados do 8 de janeiro. Nesta semana, a prioridade do PL e de partidos do centrão é levar o PL da Anistia ao plenário da Câmara.
Aliados de Tarcísio afirmam que as articulações para pautar a anistia já foram feitas e que o assunto está encaminhado. A pauta de votação será definida por Hugo Motta em reunião com os líderes de partidos nesta terça.
No dia de ontem, em uma outra decisão, Moraes, determinou que a Polícia Penal do Distrito Federal envie explicações sobre a escolta que levou o ex-presidente Jair Bolsonaro para realizar procedimento médico e exames em um hospital de Brasília.
De acordo com a decisão, a Polícia Penal terá prazo de 24 horas para explicar por que Bolsonaro não foi levado direto para casa logo após a liberação médica.
“Oficie-se à Polícia Penal do Distrito Federal para que, no prazo de 24 horas, envie aos autos relatório circunstanciado sobre a escolta realizada, com informações do carro que transportou o custodiado, agentes que o acompanharam no quarto e o motivo de não ter sido realizado o transporte imediato logo após a liberação médica”, decidiu.
No momento em que saiu do hospital, Bolsonaro foi acompanhado por dois filhos, os vereadores Carlos Bolsonaro (PL-RJ) e Jair Renan Bolsonaro (PL-SC). Antes de entrar no veículo, permaneceu por pouco mais de cinco minutos em pé, enquanto apoiadores seu médico concedia uma entrevista. Nesse ínterim, apoiadores gritavam frases como “volta Bolsonaro” e “anistia já” e cantavam o Hino Nacional.
O ex-presidente, com expressão séria, acenou para policiais, sem se dirigir ao público.
Créditos: Folha SP
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