Advogado revela valor das supostas 'pedras preciosas' recebidas por Bolsonaro e Michelle
- Jason Lagos
- 6 de ago. de 2023
- 3 min de leitura

As “pedras preciosas” recebidas pelo casal Bolsonaro custam R$ 400, informou o advogado Josino Correia Junior, que diz ter presentado o ex-presidente e a mulher dele, Michelle. Ambos ganharam os itens em 26 de outubro de 2022, em Teófilo Otoni (MG).
Ao jornal Folha de S.Paulo, Junior disse as peças são topázios azuis, citrinos e prasiolitas. O filho de Junior também teria presenteado os Bolsonaro com cristais e ametistas, de uma coleção própria.
Nas redes sociais de Junior, pode-se ver uma foto da mesma data na qual o presente foi dado. O advogado aparece segurando o estojo onde estariam as pedras, ao lado de Bolsonaro, do governador de Minas Gerais, Romeu Zema, e do general Braga Netto, vice na chapa de Bolsonaro.
Em um post do Facebook, Junior afirma que comprou as pedras como um presente de “boasvindas” a Bolsonaro, por sua passagem na cidade, e que o conjunto seria proveniente de “exploração legal”. Além disso, as pedras “semipreciosas” seriam da região de Tófilo Otoni, vendidas livremente.
A CPMI do 8 de Janeiro teve acesso a dois e-mails intitulados “Passagem do Serviço Coordenação AJO/PR”. As conversas, que constam em um relatório da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), sugerem que Bolsonaro e Michelle receberam um envelope e uma caixa coma as supostas pedras preciosas. Os presentes também não teriam sido cadastrados oficialmente.
Na terça-feira 1°, a deputada federal Jandira Feghali (PCdoB-RJ) revelou a história das “pedras preciosas”. Segundo a parlamentar, membros da CPMI analisaram uma lista de 46 páginas e de mais de mil itens recebidos por Bolsonaro durante seu mandato. O presente, contudo, não constaria na lista.
No sábado 5, Bolsonaro afirmou ter sido “vítima de calúnia”, por parte de Jandira. A parlamentar havia dito que os objetos eram provenientes de “garimpo ilegal” e que o ex-presidente só teve dois caminhos quando não registrou as peças: “Ou roubou e pegou o dinheiro para si, ou usou para financiar atos golpistas”.
O ex-presidente rebateu a deputada governista: “Só no Brasil uma comunista, muito bem nutrida, que nunca passou fome na vida, fala em defender a democracia”, escreveu Bolsonaro em seu perfil no Twitter. “Depois de muitos ataques pela grande mídia contra a minha pessoa, a verdade apareceu.”
Jandira respondeu ao ex-presidente, afirmando que os documentos indicam que as pedras seriam “preciosas”, mas que, caso não sejam, Bolsonaro teria que provar.
À Folha, a congressista declarou que não há como saber se Correia está falando a verdade e que suas falas não possuem “nenhum significado”.
Ao Poder360, Josino afirmou querer esclarecer o que chamou de “narrativa mentirosa” sobre o caso: “Estou disposto a falar a verdade para combater uma injustiça feita por quem prega tanto sobre democracia. Estou à disposição da CPI e, se não me convocarem, eu vou pedir para ir”.
O advogado confirmou que o conjunto dado a Bolsonaro é composto por 12 peças: 4 topázios (azul); 4 citrinos (amarelo); 4 prasiolitas (verde). As cores remetem à bandeira do Brasil.
Josino disse ter comprado as pedras em uma feira na praça Tiradentes, no centro de Teófilo Otoni. Depois, comprou um estojo e mandou gravar nele a frase: “De Josino para o presidente Bolsonaro”.
Ele relata que o encontro com Bolsonaro foi “coisa de segundos”. “Eu entreguei o presente para um integrante da comitiva do Bolsonaro, porque não podemos dar nada diretamente para o presidente. Tirei uma foto com ele rápido, coisa de segundos, porque tinha outras pessoas esperando. Bolsonaro agradeceu e ficou feliz com o presente”, disse.
O advogado disse que entrará na Justiça contra a deputada Jandira Feghali (PC do B-RJ) por crime contra a honra. Ela sugeriu durante a CPMI do 8 de Janeiro que as pedras teriam origem no “garimpo ilegal”. “Vou querer que ela faça um pedido de retratação pública”, declarou Josino.
Ele ainda relacionou as suspeitas de Jandira com a confiabilidade das urnas eletrônicas. “Se a minha declaração sobre o presente fica em um tom de desconfiança para a deputada porque não tenho comprovante do que tinha no estojo, então como eu sei que a urna computou meu voto, se não tenho comprovante?”, indagou.
Créditos: Revista Oeste e Poder 360




Comentários