Primeiro debate nos EUA tem Trump na ofensiva e Biden confuso
- Jason Lagos
- 28 de jun. de 2024
- 3 min de leitura

Os candidatos à presidência dos Estados Unidos Joe Biden e Donald Trump estiveram frente a frente em um debate pela 1ª vez em 4 anos nesta 5ª feira (27). Durante 90 minutos, o republicano lançou críticas contundentes contra o democrata, que se apresentou oscilante e confuso em diversos momentos.
Jornalistas e analistas políticos consideraram a performance de Biden como fraca. Sua campanha está tentando minimizar a repercussão negativa, argumentando que ele se saiu melhor que Trump em questões importantes, apesar de ter sido pressionado.
Em diversos momentos, Trump criticou diretamente Biden, descrevendo-o como “fraco” e pouco respeitado por líderes globais que “riam” dele. Voltou a afirmar que os conflitos na Ucrânia e entre Israel e o Hamas na Faixa de Gaza não aconteceriam sob sua gestão.
Outro tema que se destacou foi a gestão de Joe Biden na fronteira. Trump mencionou, com frequência, a questão da imigração ilegal, afirmando que o presidente estava permitindo a entrada de “terroristas” e “criminosos”, além de sugerir que a economia não está prosperando por causa do suposto roubo de empregos por imigrantes.
Quando questionado sobre pílulas abortivas, Trump disse que não bloquearia o acesso aos medicamentos. Este mês, a Suprema Corte rejeitou um pedido de grupos contrários ao aborto para que o tribunal restringisse o acesso a mifepristona, uma pílula abortiva.
Trump criticou repetidamente Biden por prometer restaurar Roe vs. Wade, alegando que isso permitiria aos médicos “tirar a vida do bebê no 9º mês e até mesmo depois do nascimento”.
O atual presidente declarou que a questão deve ser decidida exclusivamente entre as mulheres e seus médicos, e classificou como “absurda” a tentativa de interferência por parte de políticos.
O assunto do direito ao aborto passou a ser muito relevante depois de a Suprema Corte dos EUA ter derrubado a jurisprudência Roe vs. Wade. O caso foi decidido no início dos anos 1970 e garantiu por décadas o direito legal das mulheres ao aborto, uma regra que agora é definida em cada Estado norte-americano.
Biden sempre se declarou a favor do direito ao aborto. Durante sua campanha, usou o tema para tentar obter apoio de mulheres no processo eleitoral. Também culpou Trump pelo “caos” causado pela anulação da decisão judicial que garantia o direito ao procedimento no país.
A decisão de 2022 da Suprema Corte foi tomada com os votos decisivos de 3 magistrados indicados e nomeados por Trump. Com a medida, vários Estados já passaram a impor restrições severas e até proibindo o aborto.
Trump afirmou que “todos, incluindo democratas, republicanos, liberais e conservadores”, desejavam revogar Roe vs. Wade para permitir que os Estados criassem suas próprias leis sobre o tema. Biden rebateu essa afirmação como “ridícula”, argumentando que “a vasta maioria dos especialistas constitucionais” apoiava a jurisprudência quando foi inicialmente decidida.
Anteriormente, o republicano já havia declarado ser “fortemente a favor” do direito ao aborto em casos como estupro, incesto e situações de risco de vida. Voltou a defender essa posição no debate de 5ª (27), afirmando que as pessoas deveriam “seguir seus corações”.
Durante o debate, Trump repetidamente afirmou que o presidente era “incapaz” de participar do evento. O presidente dos Estados Unidos, que completará 82 anos em novembro, evitou se aprofundar sobre sua capacidade para um 2º mandato na Casa Branca. Preferiu destacar suas realizações como presidente com o intuito de mostrar que está apto para continuar no cargo.
Mas Biden demonstrou fragilidade durante o 1º debate presidencial. Em diversos momentos, parecia estar divagando. Em outros momentos, travou e não conseguiu finalizar pensamentos, como quando tratou do Medicare e imigração.
Créditos: Poder360




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