Partido Liberal proíbe políticos de apoiar candidaturas de outras legendas
- Jason Lagos
- 12 de ago.
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A pouco mais de um ano das eleições, o Partido Liberal (PL) estabeleceu uma regra nacional que impede liados com mandato eletivo de declarar apoio a pré-candidaturas de outros partidos . A resolução, aprovada em julho pela executiva nacional, vale para todas as esferas — federal, estadual e municipal — e prevê punições para quem descumprir a determinação.
"Fica vedado a todos os detentores de mandato eletivo, eleitos pelo Partido Liberal, em todo território nacional, manifestação pública de apoiamento em todas as suas formas, a pré-candidatos (as) de outras agremiações partidárias", afirma o relatório.
Embora o texto tenha sido assinado por Valdemar da Costa Neto, presidente do partido, no dia 29 de julho, ele só foi divulgado na terça-feira (5). O documento prevê que manifestações de apoio, explícitas ou veladas, a nomes de outras legendas poderão resultar na suspensão do repasse de recursos do fundo partidário e do fundo eleitoral em 2026. Além da restrição financeira, a norma também abre espaço para procedimentos disciplinares internos, que podem levar à expulsão do aliado.
Segundo a direção nacional, a medida “traduz” a linha de atuação do partido e está fundamentada no “interesse partidário” e em diretrizes “legitimamente estabelecidas”. O objetivo seria uniformizar a estratégia eleitoral e garantir que o comando nacional acompanhe e autorize articulações nos Estados.
O documento também reforça o poder da executiva nacional para intervir nos diretórios estaduais e municipais. Pela norma, o PL pode anular convenções, cancelar candidaturas e substituir dirigentes locais a qualquer momento, sempre que considerar que o “interesse partidário” está em risco.
Na prática, a nova regra da sigla bolsonarista pode isolar a legenda e dicultar pré-candidaturas em diversos estados, incluindo Pernambuco.
O desempenho do PL nas eleições municipais de 2024 ficou abaixo das expectativas traçadas após o bom resultado nacional em 2022. Foram apenas dois prefeitos eleitos: Mano Medeiros, em Jaboatão dos Guararapes, na Região Metropolitana, e Mary Gouveia, em Escada, município da Zona da Mata Sul.
Mano, inclusive, segundo o documento, não poderá subir no palanque ou declarar apoio à própria esposa e pré-candidata à Alepe, Andrea Medeiros, que liou-se ao PSD, da governadora Raquel Lyra.
Para 2026, o partido deve concentrar esforços na disputa pela vaga ao Senado, com o presidente estadual, Anderson Ferreira, como pré-candidato. Também está no radar a formação das chapas para a Câmara Federal e a Assembleia Legislativa. A sigla, no entanto, não deve presentar candidato competitivo eleitoralmente ao governo estadual.
O ex-ministro Gilson Machado, nome apoiado para o Senado, pelo ex-presidente Jair Bolsonaro, foi destituído da presidência do PL no Recife, na semana passada. Com Bolsonaro em prisão domiciliar, Gilson ficou em uma posição de isolamento no PL, e pode mudar de legenda.




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