Oposição celebra comando de comissões, enquanto governo busca redução de danos
- Jason Lagos
- 8 de mar. de 2024
- 2 min de leitura

Devido ao critério de proporcionalidade partidária, o Partido Liberal (PL), sigla do ex-presidente Jair Bolsonaro e maior legenda de oposição ao governo Lula, conquistou a liderança de duas das principais comissões permanentes da Câmara dos Deputados em 2024: a Comissão de Educação e a de Constituição e Justiça.
Os nomes escolhidos pelo próprio PL para comandar esses importantes colegiados são da ala mais ideológica do partido: Nikolas Ferreira (PL-MG) e Caroline de Toni (PL-SC). Ao longo das disputas pelos comandos das comissões, o Partido dos Trabalhadores (PT), por sua vez, priorizou a liderança da Comissão de Saúde, que será comandada pelo parlamentar Dr. Francisco (PT-PI).
Na estratégia, entrou na conta que colegiado detém robusto valor em emendas, e seu controle também permitirá blindar a ministra da Saúde, Nísia Trindade, alvo frequente de investidas da oposição em convocações e cobranças.
Pouco antes da instalação e eleição das comissões, na quarta (6), a bancada do governo chegou a ameaçar obstrução para impedir a instauração dos colegiados, ou não indicar membros titulares e suplentes.
Em reunião com o presidente Arthur Lira (PP-AL), porém, o PL se manteve firme sobre as indicações, e, sob ameaças de as instalações serem adiadas para junho, o governo acabou concordando com a instalação.
A repercussão entre militantes do governo Lula, porém, está sendo muito negativa, e os parlamentares do PT e o próprio Executivo agora estão buscando maneiras de minimizar as conquistas do PL, além de estratégias para reduzir o estrago.
A presidente do Partido dos Trabalhadores (PT), deputada federal Gleisi Hoffmann, criticou, nesta quinta-feira (7), as indicações do PL.
“Primeiro foi respeitada a proporcionalidade. Segundo, eu acho uma irresponsabilidade do PL indicar pessoas desse nível mal-educado para presidir a Comissão de Educação. Isso depõe contra a Câmara, depõe contra o PL, depõe contra as instituições. Só tenho que lamentar, não tem como você intervir”, afirmou, referindo-se a Nikolas Ferreira.
Gleisi, porém, minimizou o impacto das escolhas para o governo. “Os projetos principais do governo não têm tramitado pelas comissões, aliás nenhum deles. É só vocês verem: as comissões estão esvaziadas, todos os projetos principais são em regime de urgência pra plenário. Nem a CCJ tem cumprido o seu papel de fazer uma análise mais profunda dos projetos”, argumentou.
Créditos: Metrópoles




Comentários