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Nova declaração de Marco Rubio aumenta tensão entre governo Trump e Brasil

  • Foto do escritor: Jason Lagos
    Jason Lagos
  • 16 de set.
  • 2 min de leitura

A crise entre Estados Unidos e Brasil parece caminhar para um ponto de inflexão. A nova declaração do secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, nessa segunda-feira (15), sinaliza que a condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) pelo Supremo Tribunal Federal (STF) deixou de ser apenas um assunto interno e passou a moldar a relação bilateral entre as diplomacias.


Ao prometer uma resposta de Washington “na próxima semana ou algo assim”, Rubio transforma um julgamento no Brasil em peça central de uma disputa diplomática de alcance maior com o governo brasileiro.


Segundo Rubio, o “Estado de Direito está se desintegrando” no Brasil e a decisão da Primeira Turma do STF, que aplicou pena de 27 anos e três meses a Bolsonaro por crimes contra a democracia, seria parte de uma “campanha de opressão judicial”.


Ele citou nominalmente o ministro Alexandre de Moraes, a quem acusou de “perseguição política” e de ameaçar cidadãos americanos por sua atuação on-line.


“Temos esses juízes ativistas – um, em particular – que não só perseguiu Bolsonaro, aliás, ele tentou realizar reivindicações extraterritoriais contra cidadãos americanos ou contra alguém que postasse online de dentro dos Estados Unidos, e até ameaçou ir ainda mais longe nesse sentido. Portanto, haverá uma resposta dos EUA a isso”, declarou o secretário, em entrevista ao canal norte-americano Fox News.


A nova manifestação reforça o tom adotado pela diplomacia trumpista desde o inicio do julgamento de Jair Bolsonaro. Rubio já havia classificado Moraes como “violador de direitos humanos” e suspendeu o visto do magistrado e de familiares próximos. A ofensiva foi seguida por outros integrantes do Departamento de Estado.


O vice-secretário Christopher Landau declarou que a decisão do STF leva as relações bilaterais “ao ponto mais sombrio em dois séculos”. Já Darren Beattie, subsecretário de Diplomacia Pública, disse que a condenação de Bolsonaro simboliza “censura” e será tratada pelos EUA “com a maior seriedade”.


No Congresso americano, aliados republicanos também entraram em cena. O deputado Rich McCormick, da Geórgia, defendeu sanções contra ministros do Supremo e afirmou que os EUA “estão com o povo brasileiro”.


As declarações reacendem a possibilidade de medidas adicionais contra o Brasil. Atualmente, produtos nacionais enfrentam tarifa de 50% para entrar nos EUA, medida aplicada no fim de julho. Embora parte da sobretaxa tenha sido retirada no início de setembro — como no caso da celulose e do ferro-níquel — a Casa Branca mantém a possibilidade de endurecer novamente a política comercial.


Às vésperas da 80ª Assembleia Geral da ONU (Organização das Nações Unidas), em Nova York, que acontecerá neste mês de setembro, a crise poderá ser refletida na limitação de vistos para a delegação brasileira.


O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) está com visto vigente e tem a presença confirmada. No entanto, a comitiva que o acompanhará ainda não está definida e pode ser reduzida, a depender da emissão ou não de vistos por parte dos Estados Unidos.


Na última sexta (12), o Brasil chegou a manifestar ao comitê de relações com o Estado-sede da ONU preocupação com o atraso na concessão de vistos a autoridades brasileiras escaladas para assembleia-geral da entidade, prevista para o próximo dia 23.



Créditos: Metrópoles

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