Médicos, familiares e advogados orientam Bolsonaro a ver de casa o julgamento da suposta trama golpista
- Jason Lagos
- 1 de set.
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Médicos, familiares e advogados vêm orientando o ex-presidente Jair Bolsonaro a não ir às sessões em que será julgado pelo Supremo Tribunal Federal (STF), a partir de terça-feira, por tentativa de golpe de Estado.
A saúde debilitada é o principal argumento usado pelo entorno, que deseja que ele assista remotamente às sessões de casa, onde está em prisão domiciliar desde agosto. A palavra final, no entanto, caberá ao próprio Bolsonaro, que na visão de aliados ainda pode ir ao Supremo como uma "demonstração de força" à militância.
Nos últimos dias, segundo aliados, o ex-presidente teve novas crises de soluços e vômitos em decorrência de uma esofagite. Aliados do ex-presidente, como o secretário-geral do PL, senador Rogério Marinho (RN), líder da oposição na Casa, dizem que sequer vão se inscrever para representar Bolsonaro na sessão que pode traçar o seu futuro.
"Vou acompanhar o julgamento do Senado, sabendo que o relator já prejulgou a ação. Bolsonaro tem o meu apoio e a minha solidariedade. Acredito que a única opção de mudarmos o jogo é no parlamento com a anistia", afirma.
Como ato simbólico, o líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante (RJ), deve pedir na reunião de líderes marcada para terça-feira que a anistia aos envolvidos nos atos do dia 8 de janeiro seja pautada, iniciativa que encontra resistência entre partidos de centro e de esquerda.
Na sexta, o vereador Carlos Bolsonaro (PL-RJ) falou sobre o estado de saúde do pai depois de visitá-lo.
"Está magro, não tem vontade de se alimentar e segue enfrentando intermináveis crises de soluço e vômitos. Dói demais ver tudo isso, mas sinto como obrigação compartilhar um pouco da realidade do momento com todos que estão sofrendo junto conosco", afirmou nas redes sociais.
A ação penal envolvendo o "núcleo 1" da suposta trama golpista inclui, além de Bolsonaro, Alexandre Ramagem, Almir Garnier Santos, Anderson Torres, Augusto Heleno, Mauro Cid, Paulo Sérgio Nogueira e Walter Braga Netto. Eles respondem por tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, tentativa de golpe de Estado, participação em organização criminosa armada, deterioração de patrimônio público e dano qualificado a patrimônio da União — Ramagem teve a acusação referente aos dois últimos crimes suspensa.
Na sábado (20), o ministro Alexandre de Moraes determinou o monitoramento policial presencial dentro dos muros da casa do ex-presidente Jair Bolsonaro, em Brasília, onde ele cumpre prisão domiciliar.
Moraes já havia determinado a presença de agentes da polícia penal do Distrito Federal durante as 24 horas do dia próximo ao condomínio de Bolsonaro. O diretor-geral da PF, Andrei Rodrigues, sugeriu que a tornozeleira era suscetível a falhas e que vigiar externamente o local demandaria um grande efetivo, por isso propôs a vigilância dentro da casa.
Créditos: O Globo e UOL




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