MPPE abre inquérito sobre Camarote Exclusive em Caruaru

O Ministério Público de Pernambuco (MPPE) abriu inquérito civil para apurar a concessão de espaços públicos no Pátio do Forró, em Caruaru. A ação tem por objetivo investigar um suposto esquema envolvendo a Festa Cheia Produções e Propaganda, dos empresários Augusto Acioli e Felipe Carreras, além do presidente da Fundação de Cultura da cidade, Rafael Martiniano Lins, ex-motorista de Uber e apontado como “operador do esquema”.

A Festa Cheia conseguiu junto à Fundação de Cultura, sem licitação nenhuma, uma área especial para montar o Exclusive, um camarote VIP. Pagou a importância de R$ 220 mil para ficar com o mais valorizado espaço do pátio de eventos, durante 19 dias de festa. A dupla de empresários pretende faturar mais de R$ 30 milhões no período.

No fim de maio, a Promotoria de Cidadania pediu para a Justiça suspender a venda do Camarote Exclusive, que cobra até R$ 400 por pessoa e garante acesso a uma das áreas principais do evento, a chamada front page, a menos de 5 metros do palco principal.

O caso foi parar na mão do juiz José Adelmo Pereira, que é sogro de Genaldo Bezerra Filho, que é o gerente da Fundação de Cultura. O magistrado negou a suspensão das vendas de camarotes e alegou que “seria um risco muito alto” para o evento, mas determinou que a Festa Cheia pagasse, até a última segunda (5), mais R$ 800 mil para poder manter a estrutura.

A promotoria pediu ainda à Fundação de Cultura de Caruaru a relação das atrações que irão se apresentar no São João de 2023 e os respectivos contratos. No mesmo texto, determinou o envio de uma cópia da portaria ao Conselho Superior do Ministério Público e ao Corregedor Geral do Ministério Público.

Dentre outras coisas, o MPPE apontou que “a criação de áreas VIP’s acabam por elitizar e descaracterizar o São João de Caruaru como festa de todos, restringindo o amplo acesso à cultura que deveria ser promovido pela Fundação de Cultura e Turismo de Caruaru, fomentando a Desestratificação Social do Pátio de Eventos Luiz Gonzaga”.

Créditos: Blog do Ricardo Antunes