Mauro Cid depõe a Alexandre de Moraes sobre plano de suposto golpe e tenta salvar delação
- Jason Lagos
- 21 de nov. de 2024
- 2 min de leitura

Nesta quinta-feira (21), o tenente-coronel Mauro Cid ficará frente a frente com o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Na oitiva, o militar terá que explicar as contradições entre os depoimentos que abasteceram sua delação premiada e as descobertas da Polícia Federal (PF) quanto ao plano de golpe de Estado.
A audiência está marcada para as 14h, no STF, em Brasília. Para esse tipo de ocasião, o ministro relator costuma nomear um juiz auxiliar para tomar o depoimento. No entanto, nesta quinta, será o próprio Moraes que conduzirá a oitiva de Mauro Cid.
Trata-se da segunda vez que Mauro Cid presta depoimentos nesta semana. Na terça-feira, o tenente-coronel esteve na sede da Polícia Federal, em Brasília, e depôs após os investigadores recuperarem arquivos que tinham sido deletados dos aparelhos eletrônicos do militar.
Desta vez, entretanto, se Moraes considerar que Cid mentiu ou omitiu informações nos depoimentos que prestou no âmbito da colaboração premiada firmada com a PF, há chances de que ele tenha a delação revogada e volte a ser preso.
Em março deste ano, após audiência no STF, Cid acabou preso por descumprimento das medidas cautelares e obstrução à Justiça. Na ocasião, o militar foi ouvido por um juiz instrutor do gabinete do ministro Alexandre de Moraes.
Na ocasião, vazaram áudios do ex-ajudante de ordens de Bolsonaro em que ele dizia que os investigadores queriam que ele falasse “coisas que não aconteceram“. “O Alexandre de Moraes é a lei. Ele prende e solta quando ele quiser… com Ministério Público, sem Ministério Público… com acusação, sem acusação”, disse Cid.
Na terça-feira (19), a Polícia Federal, com autorização do ministro Alexandre de Moraes, deflagrou operação que prendeu quatro militares e um policial federal. Eles teriam participado de uma trama que planejava matar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o vice Geraldo Alckmin (PSB) e o ministro Alexandre de Moraes.

As infomações sobre o plano foram recuperadas do celular de Mauro Cid pela Polícia Federal. Nesta quarta-feira, foi divulgada pelo site Metrópoles uma matéria mostrando que o ex-presidente Jair Bolsonaro, em dezembro de 2022, negou um pedido para substituir o ministro da Defesa, general Paulo Sérgio Nogueira, que se mostrava contra um golpe de Estado.
A solicitação tinha sido feita pelo secretário-executivo da Secretaria-Geral da Presidência, general Mario Fernandes, preso nesta terça-feira (19) no âmbito da Operação Contragolpe, da Polícia Federal (PF).
O diálogo aconteceu no dia 8 de dezembro de 2022. No dia 10, em conversa com Marcelo Câmara, assessor especial de Bolsonaro, o general relatou o pedido demonstrando insatisfação com a resistência de Nogueira em avançar com o plano para impedir a posse de Lula.
O general, então, relata a resposta de Bolsonaro: “Ah, não, porra, aí vão alegar que eu tô mudando isso pra dar um golpe”.
Créditos: Metrópoles
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