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Marqueteiro nato, Natálio Arruda imprimiu um estilo polêmico e irreverente na política santa-cruzense

  • Foto do escritor: Jason Lagos
    Jason Lagos
  • 3 de fev.
  • 3 min de leitura
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O ex-vereador Natálio Arruda, que morreu neste domingo (02), aos 71 anos, marcou a história política santa-cruzense com um estilo criativo, polêmico e irreverente. Dos três mandatos que exerceu na Casa Dr. José Vieira de Araújo, dois foram pelo grupo Boca-Preta (1989-1992/1993-1996) e um pelo grupo Taboquinha (2001-2004).


Marqueteiro nato, Natálio fez história sobretudo como oposicionista, primeiro ao governo Aragãozinho (1993-1996), que fustigava na Câmara, porque o considerava pouco operante. Natálio costumava dividir o orçamento municipal pelo valor de compra do Celta, veículo muito popular à época. Feitas as contas, o vereador anunciava que determinado valor daria para comprar "N Celtinhas".


Apesar do estilo provocador e engraçado em suas intervenções na tribuna da Câmara, Natálio notabilizou-se mais ainda fazendo oposição a alguns prefeitos em períodos eleitorais, estando ele próprio sem mandato.


Na eleição de 2000, apelidou o então prefeito Ernando Silvestre de "Mamulengo dos Mendonças". Nesse mesmo pleito, popularizou sua famosa "caixa de ferramentas", que consistia em um rolo de folhas de papel ligadas umas às outras com fita adesiva, com suspostas denúncias contra a gestão de Ernando. Ao subir ao palanque para discursar, Natálio abria o rolo diante da multidão, que aplaudia efusivamente.


Aliada de Natálio em seus dois primeiros mandatos como Boca-Preta, Zilda Moraes passou a ser apelidada por ele de "Bezerrinha dos Mendonça", em alusão ao sobrenome dos políticos de Belo Jardim, José Mendonça Bezerra e Mendonça Filho.


Apesar do estilo chamativo, Natálio não consegiu renovar o mandato de vereador pelo grupo Taboquinha na eleição de 2004, na qual José Augusto foi reeleito prefeito. Magoado por não ter recebido do ex-prefeito o apoio que esperava, Natálio chegaria a romper a relação política com ele nos anos seguintes.


No ano de 2016, Natálio novamente fez história, ao carimbar no então prefeito Edson Vieira o apelido de "Broqueado" (Bloqueado), em alusão aos bens do prefeito que haviam sido bloqueados pela Justiça em decorrência do caso KMC.


Com a saúde debilitada em função de dois AVC's (Acidente Vascular Cerebral), ainda assim Natálio Arruda foi fundamental na pré-campanha do saudoso Fernando Aragão, pai do ex-prefeito Fábio Aragão. Foi Natálio Arruda que conseguiu fazer com que o deputado federal Eduardo da Fonte pusesse o PP à disposição de Fernando Aragão.


Sem a ação decisiva de Dudu da Fonte, dobrando o PSB estadual e até o governador Paulo Câmara, ao impor aos socialistas o apoio a Fernando Aragão, como pré-condição para o apoio do PP à candidatura de João Campos à Prefeitura do Recife em 2020, dificilmente a candidatura de Fernando teria resistido.


Eleito prefeito de Santa Cruz do Capibaribe em 2020, pelo PP de Eduardo da Fonte, o prefeito Fábio Aragão nomeou Natálio diretor de Turismo. A partir daí, houve um aumento significativo no volume do turismo ecológico da Serra do Pará. Entretanto, por motivos ainda desconhecidos, Fábio Aragão o "rebaixou" à condição de fiscal de serviços públicos, sem levar em conta à sua capacidade de locomoção muito limitada por conta dos AVC's..


Natálio Arruda foi também um importante apoiador da cultura e dos esportes. Como locutor, apresentou o programa Vaqueiros na Fazenda por muitos anos na Rádio Vale, e posteriormente na Rádio Comunidade, onde também apresentou o programa Palavra de Rei e participou do programa Contraponto como analista político.


Empresário, ex-vereador, ex-secretário de Agricultura e também ex-secretário de Indústria e Comércio de Santa Cruz do Capibaribe, Natálio Arruda deixou a esposa, Nevinha Arruda, e três filhos.

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