Lula tenta ganhar terreno na oposição e investe em acenos a governadores
- Jason Lagos
- 26 de fev. de 2024
- 2 min de leitura

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem acentuado o movimento para se aproximar de governadores de oposição. Ao menos oito dos 15 chefes de Executivos estaduais que foram contra a eleição do petista em 2022 já fizeram gestos públicos de abertura para diálogo.
A estratégia leva em conta potenciais ganhos de ambos os lados: enquanto Lula busca ampliar espaço em áreas em que foi derrotado, os gestores locais têm no estreitamento de laços com o Palácio do Planalto uma via para receber recursos para a realização de obras.
Dos oito governadores de oposição que trocaram acenos com Lula, seis administram estados nos quais o petista foi derrotado no segundo turno de 2022. As exceções são Amazonas e Minas, onde o presidente ganhou por uma margem estreita em relação a Jair Bolsonaro.
O atual mandatário conta como ativos a máquina pública e, principalmente, o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), com previsão de investimentos de R$ 240 bilhões.
Do outro lado, Bolsonaro tenta minimizar essa investida de Lula e manter sua base aglutinada, ainda que esteja inelegível por oito anos. O ex-presidente usa como trunfo a maior bancada de parlamentares na Câmara e a segunda maior do Senado, além do cofre robusto do seu partido, o PL, para tentar triplicar o número de prefeitos no país nas eleições deste ano.
Para Lula, angariar o apoio dos governadores facilita o desenvolvimento de projetos nos estados, com bônus eleitorais para os dois lados, e até a governabilidade no Congresso.
Ao posar ao lado de adversários políticos, também tenta buscar a imagem de união nacional, um dos eixos de comunicação do governo, especialmente com o avanço das investigações sobre uma suposta tentativa de golpe de Estado.




Comentários