Lindbergh Farias (PT) e Pedro Campos (PSB) pedem à PF investigação sobre bandeira dos EUA

Deputados querem perícia para apurar se bandeira usada em ato teve financiamento externo

Os deputados federais Lindbergh Farias (PT-RJ) e Pedro Campos (PSB-PE), líderes de seus partidos na Câmara, protocolaram, nesta segunda-feira (8), um pedido formal à PF (Polícia Federal) para investigar o uso da bandeira dos Estados Unidos durante ato político da direita na Avenida Paulista, no 7 de setembro.

A representação solicita a abertura de inquérito para apurar possíveis violações à legislação brasileira, que proíbe financiamento ou subordinação de partidos políticos a recursos de procedência externa.

Os deputados argumentam que a eventual cessão ou suporte logístico por parte de entidade estrangeira para manifestação política em território nacional configura irregularidade.

"Não se trata de gesto inocente, mas de parte de uma engrenagem de alinhamento da extrema-direita brasileira a interesses estrangeiros, visível no apoio a sanções contra o país, no uso de símbolos como o boné ‘MAGA’ de Donald Trump e nas conexões internacionais do bolsonarismo”, afirmam os deputados na representação.

Segundo o texto, os deputados suspeitam que o mesmo símbolo nacional estrangeiro tenha sido utilizado 2 dias antes, em 5 de setembro, durante evento da NFL (National Football League) realizado na Neo Química Arena, em São Paulo.

Os elementos que reforçam a suspeita, segundo os congressistas, incluem a proximidade temporal entre os eventos, as características semelhantes do objeto e a complexidade logística que envolveria o transporte de um item de grandes proporções.

O pedido inclui solicitações específicas para que a PF realize perícias das imagens, identifique a origem e o transporte da bandeira, ouça representantes da NFL Brasil e dos organizadores da manifestação, além de apurar eventual financiamento externo.

Os deputados também solicitaram que, caso sejam identificados agentes com foro privilegiado envolvidos no caso, os autos sejam encaminhados à PGR (Procuradoria-Geral da República) para medidas junto ao STF (Supremo Tribunal Federal).

Já o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) disse, também nesta 2ª feira, que estender a bandeira gigante dos Estados Unidos na avenida Paulista no domingo, Dia da Independência do Brasil, foi uma “excelente estratégia”. Segundo o congressista, o gesto realizado no ato da direita pela anistia representou um “agradecimento” aos norteamericanos.

“Em 1º lugar, é um sinal de agradecimento, é algo do espírito do povo brasileiro, o reconhecimento daqueles que nos ajudam. Em 2º lugar, não tem nada de submissão. Aquilo dali inclusive foi uma excelente estratégia porque aquele vídeo ali rodou o mundo inteiro”, disse Eduardo em entrevista ao Poder360.

O deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) também se manifestou sobre o uso da bandeira gigante dos Estados Unidos na Av. Paulista. O parlamentar disse que “tudo tem limite”, mas amenizou o ato, dizendo que ao menos era”uma bandeira de um país democrático”.

O bandeirão causou estranhamento entre organizadores do ato, dentre eles, o pastor Silas Malafaia. O líder religioso disse que irá proibir o uso da bandeira em atos futuros. O gesto estaria em desacordo com o tom da manifestação, que, além de se dar no dia da Independência do Brasil, ocorre após o tarifaço imposto pelo governo de Donald Trump.

Créditos: Poder360 e Metrópoles