Informação em placa oficial desmente argumento de que obra da Central parou por aumento de custos
- Jason Lagos
- 3 de mai. de 2023
- 2 min de leitura

No dia 17 do mês passado (abril), a Prefeitura de Santa Cruz do Capibaribe anunciou com alarde a retomada das obras de cobertura da Central de Feiras do município, paradas há meses. Por meio de um texto publicado em veículos online, a gestão Fábio Aragão informou que a obra "havia sido paralisada ainda no segundo semestre de 2022, após a equipe de engenharia detectar um volume bem maior de rochas a serem detonadas, o que mexeu no orçamento do projeto".
O texto publicado acrescentou: "Com a mudança na equipe do Governo do Estado, levou-se um prazo para que as questões orçamentárias e do projeto fossem adequadas" (grifo nosso). Antes mesmo da Prefeitura dar essa justificativa de forma oficial, o secretário de Desenvolvimento Econômico , Agricultura, Meio Ambiente e Turismo, Marcelo Cumaru, já havia afirmado, em diversas ocasiões, que o motivo da paralisação das obras tinha sido esse: a constatação de um volume bem maior de rochas a serem removidas do que o previsto inicialmente, impactando no custo dos serviços.
Ocorre que a placa recentemente colocada em frente à Central das Feiras, já com a logomarca do governo Raquel Lyra, informa que não houve repactuação nenhuma. Os preços citados na antiga placa e também na nova (fotos acima) são quase exatamente os mesmos, com uma ínfima diferença: na placa nova há um centavo a menos! Custo anterior: 5.338.249, 53. Custo "atualizado": 5.338.249, 52.
O nome do engenheiro responsável citado nas duas placas foi o mesmo: João Henrique Reis de Carvalho Tabosa. O prazo de execução da obra, constante na primeira placa, era de 6 meses, enquanto que na segunda é de 8 meses. A data prevista para reinício efetivo da obra, no entanto, não é informada.
Por meio de um vídeo, na mesma data de 17/04/2023, o prefeito Fábio Aragão anunciou que a obra havia recomeçado e estava "a todo vapor", com "muita gente trabalhando, muita máquina". Havia naquele dia, no local, 2 retroescavadeiras, 2 caçambas e um compressor para furar pedras, ligado a uma britadeira manual. Desde então, o número de equipamentos não aumentou.
Na terça-feira 18/04/2023, quando aconteceu na Câmara de Vereadores uma Audiência Pública para tratar da paralização das obras da Central de Feiras e da difícil situação em que se encontram os feirantes, localizados provisoriamente no Cabana Clube, um vendedor de queijos, chamado Késsio, afirmou que o maquinário que estava sendo utilizado na Central de Feiras não pertencia à empresa vencedora da licitação para fazer a reforma, mas a um empresário local apelidado de "Monstrinho". Presente na Audiência Pública, o secretário Marcelo Cumaru não desmentiu o feirante nem explicou se havia alguma relação entre o empresário dono das máquinas e a empresa AVML Construção, vencedora da licitação.
Às 16h40min desta terça-feira, 02 de maio, a reportagem do Blog do Jason Lagos esteve na Central de Feiras, momento em que foi fotografada a placa com a logomarca do governo Raquel Lyra. Não havia nenhuma máquina ou trabalhador na área que receberá a cobertura. O "contingente" de trabalhadores visualizados resumiu-se a duas pessoas que saíam de moto (foto) pelo portão traseiro da Central. Ambos estavam antes no setor onde funcionava o açougue.





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